Responsáveis pelo setor social apelam a novas políticas que deixem de parte o critério de «rentabilidade económica»
Lisboa, 06 set 2012 (Ecclesia) – Os responsáveis pela área social nos episcopados católicos da Europa lançaram hoje um alerta para a perda de uma visão “antropológica e social” baseada na solidariedade por causa da atual crise económica e financeira.
“As políticas sociais não devem estar baseadas unicamente num critério de rentabilidade, que coloca duramente à prova a coesão social do Velho Continente”, refere um comunicado do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE) enviado à Agência ECCLESIA.
O documento reúne as conclusões do encontro de bispos e outros responsáveis pelas questões sociais que decorreu entre segunda e quarta-feira em Nicósia, Chipre, país que assume a presidência da União Europeia no segundo semestre de 2012.
Segundo os participantes, um dos “grandes problemas” da Europa é a falta de um “sistema adequado de proteção social”, lamentando a tendência de “aplicar às políticas sociais o critério de rentabilidade económica”.
Admitindo os “graves problemas inerentes aos sistemas económicos e financeiros”, o texto sublinha que a atual crise no continente europeu tem também uma dimensão “antropológica”.
“Aprofundando o significado da coesão social na regulamentação e nas políticas da União Europeia, constatamos que falta uma visão antropológica e social capaz de acolher a pessoa e a sociedade em todas as suas dimensões”, pode ler-se.
O futuro da Europa e a exclusão social são “desafios sérios para a Igreja”, assumem os bispos, os quais reafirmam a convicção de que o continente “tem necessidade da Europa” e os cristãos “uma responsabilidade especial” neste contexto.
O CCEE reúne as presidências de 33 Conferências Episcopais e representantes de outros cinco territórios, tendo como secretário-geral o sacerdote português Duarte da Cunha.
OC