A relação entre bispos e padres, a sinodalidade, as guerras e a crise dos refugiados marcou o 25º Encontro Bispos Católicos Orientais do continente europeu
Lisboa, 21 set 2024 (Ecclesia) – Os bispos católicos orientais da Europa pedem “unidade” e “solidariedade” entre as Igrejas, uma relação “fraterna” entre bispos e padres para estarem ao serviço da humanidade.
“Atualmente, estamos perante uma situação de fragilidade, que se manifesta também na relação que temos com os nossos seminaristas. Abordando questões como o distanciamento afetivo e a depressão, que marcam o mundo atual, o desenvolvimento tecnológico que desafia os valores cristãos e a fragilidade das famílias contemporâneas, mantém-se firme a centralidade da oração, da relação com a Palavra de Deus, da confissão e da capacidade do bispo para avaliar o seu próprio crescimento e condição moral, bem como o seu autodomínio”, pode ler-se no comunicado final do encontro enviado hoje à Agência ECCLESIA.
O 25.º encontro dos Bispos Católicos Orientais da Europa, que contou com a participação de 60 responsáveis, manifestou a preocupação com valores de “unidade” e “solidariedade”.
“Num contexto europeu marcado por graves desafios políticos, sociais, culturais e religiosos, somos todos chamados a consolidar a unidade e a solidariedade entre as nossas Igrejas, a dar um testemunho convincente, cheio de amor e de esperança, do Evangelho e da salvação”, indica o comunicado.
A cidade de Oradea, na Roménia, acolheu o encontro entre os dias 16 e 19 de setembro, centrado no tema «A relação entre bispo e sacerdotes – fraternidade e humanidade» que manifestou a importância de haver “bons sacerdotes”.
“A crise produz respostas erradas: uma secularização interna que ameaça esvaziar a própria Igreja; uma nostalgia estéril de um passado idealizado que não pode ser recuperado. A fraternidade entre bispos e padres é um serviço a toda a humanidade. Os sacerdotes e os bispos devem ajudar os fiéis a viver na comunhão e no serviço, reflectindo sobre a unidade e o amor trinitários, porque a comunhão é o coração pulsante da vida eclesial. A fraternidade sacerdotal deve ser vivida com autenticidade e humanidade: bispos e sacerdotes devem cultivar a sua humanidade, exprimindo apoio mútuo, confiança, compaixão e perdão”, sublinharam os participantes.
Os bispos católicos orientais da Europa detiveram-se ainda sobre a guerra na Ucrânia, abordaram a crise dos refugiados, e a sinodalidade que marca a Igreja católica, e manifestaram a sua preocupação e comunhão salientando que o testemunho de comunhão é “particularmente importante para o caminho de fé e de vida cristã” num tempo marcado por “guerras, divisões e contrastes” mas também por uma “crescente indiferença ou superficialidade em relação à fé e à proposta cristã”.
“Nestes tempos, em que a Europa experimenta de perto as feridas da guerra na Ucrânia e noutras partes do mundo, a comunhão e a solidariedade continuam a ser os pontos centrais que orientam o caminho de fé das diferentes Igrejas Católicas Orientais da Europa. Erguemos as nossas vozes pela verdade e pela justiça e comprometemo-nos a espalhar a luz e a esperança nos nossos corações”, finaliza o comunicado.
No encontro estiveram presentes 60 bispos e padres representando as Igrejas Católicas Orientais da Ucrânia, Hungria, Eslováquia, Chipre, Bielorrússia, Itália, Grécia, França, Áustria, Espanha, Bulgária, Turquia, Macedónia do Norte, Sérvia, Croácia e Roménia, bem como os bispos católicos de rito latino da Conferência Episcopal da Roménia e da República da Moldávia.
O prefeito do Dicastério para as Igrejas Orientais, o cardeal Claudio Gugerotti, também o Núncio Apostólico na Roménia e na Moldávia, D. Giampiero Gloder, e o presidente Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE), D. Gintaras Grušas, participaram da reunião.
O próximo encontro ficou marcado para Viena, na Áustria, para setembro de 2025.
LS