Paz, justiça social, ecologia integral e transição energética justa são algumas das preocupações
Bruxelas, 12 jul 2023 (Ecclesia) – Os organismos que representam os bispos da Europa e da América Latina lançaram uma série de mensagens para a cimeira UE-CELAC, que vai decorrer a 17 e 18 de julho, apontando ao reforço da justiça e coesão social.
A Comissão dos Episcopados Católicos da União Europeia (COMECE) apelou a uma parceria “renovada” que traga benefícios concretos a “todas as pessoas e comunidades das duas regiões”, promovendo também “um mundo mais pacífico e fraterno”.
D. Mariano Crociata, presidente da COMECE, refere num vídeo divulgado pela instituição que a Igreja “olha para a próxima Cimeira UE-CELAC também como uma oportunidade para promover uma parceria para a paz – global, regional e local”.
D. Jaime Spengler presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), indica, por sua vez, que o diálogo intercultural e inter-religioso pode ser “um instrumento privilegiado para promover a coesão social e construir pontes dentro e entre as duas regiões”.
Estas mensagens integram uma campanha com “recomendações concretas sobre desenvolvimento humano integral e justiça social, ecologia integral e uma transição energética justa, mobilidade humana e paz”.
A 23 de abril, COMECE, CELAM, Cáritas Europa e Cáritas América Latina e Caribe lançaram o apelo conjunto intitulado “Uma parceria de esperança para o bem de nossos povos e um mundo mais fraterno”.
A próxima cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos vai decorrer em Bruxelas, de 17 a 18 de julho de 2023, sob a presidência espanhola do Conselho da UE.
A Igreja Católica defende uma parceria UE-CELAC fundada em três pilares: “desenvolvimento humano integral e justiça social”, “ecologia integral e cuidado da casa comum”, “paz e cultura do encontro”.
Sob cada pilar, a contribuição conjunta sugere várias áreas e iniciativas concretas para colocar em ação essa visão, apontando à responsabilidade corporativa, regras de comércio justo, produção e modelos de negócios que protejam os direitos humanos e o meio ambiente, sistemas alimentares sustentáveis e inclusivos, finanças globais justas e arquitetura da dívida e propriedade democrática dos processos de tomada de decisão e de políticas”.
O documento aponta a um reforço da “cooperação intercultural e inter-religiosa”, para garantir o “respeito, preservação e promoção da diversidade e património religioso e cultural” das populações.
As recomendações destacam ainda a importância da “proteção e preservação da língua e do património cultural e religioso dos povos indígenas”.
OC