Quarta cimeira reuniu 22 responsáveis católicos em Moçambique
Lisboa, 10 jun 2015 (Ecclesia) – O responsável pela Comissão Episcopal da Missão e Nova Evangelização participou num seminário sobre a família, que reuniu bispos europeus e africanos em Moçambique, e destaca o comunicado final de cariz “positivo, de ânimo, que não é derrotista”.
“O comunicado refere algumas situações que nos preocupam, mas no seu contexto é de uma linha de esperança e otimismo porque encontramos uma parte significativa das nossas famílias que vive com heroísmo, com alegria, a responsabilidade de ser feliz e fazer felizes os filhos no contexto em que se movem”, explicou D. Manuel Linda, o principal impulsionador desta tónica positiva.
À Agência ECCLESIA, o prelado contextualizou que encontram diversas famílias que, por exemplo, vivem “economicamente numa certa dificuldade” mas conseguem tornar um lar “acolhedor, com um ambiente agradável”.
“Uma sensibilidade às vezes mais pessimista é capaz de desencadear muitos aspetos negativos mas chegamos à conclusão que há muitos aspetos positivos”, frisou o representante da Conferência Episcopal Portugal na quarta cimeira de bispos europeus e africanos onde fizeram uma fizeram uma “reflexão alargada da família” onde partilharam e comentaram “as vantagens, o bem, e as lacunas” nos dois continentes.
D. Manuel Linda observa que a “resposta pastoral não é tão fácil” porque encontram pela frente “uma cultura que minimiza a própria dinâmica familiar” e o contributo dos vários membros do casal para que a família se mantenha “estável e unida”.
Neste contexto, os prelados têm como objetivo “encontrar critérios” para que a Igreja “esteja sempre presente” com uma pastoral “muito intensa e ativa” de acompanhamento da família desde a preparação do matrimónio e ao longo da vida, porque “os tempos de hoje reclamam-no”.
O bispo das Forças Armadas e de Segurança revelou que cada Igreja e realidade tentam responder às problemáticas segundo os critérios que lhes “pareçam mais aptos” e na Europa estão querem dedicar “mais atenção” à fase pré-matrimonial, “fazer aquilo que alguns diziam uma espécie de catecumenato para o matrimónio”.
Mesmo com o risco de alguns casais “não recorrerem ao matrimónio canónico” os prelados sentem a “necessidade de alguma exigência”, adiantou.
Nas análises à vida da família nos diversos contextos onde se inserem, os bispos da Europa e de África também identificaram em certos organismos, ONG e até a Organização das Nações Unidas uma “apetência por difundir aspetos” que consideram “chocantes” – “casamento homossexual; apologia do aborto; contraceção em massa” – e mesmo as escolas “muitas vezes” transmite contravalores mais habituais” no Velho Continente.
Políticos, autoridades civis e mesmo a comunicação social de massas também foram temas de debate onde a conclusão é que “estas realidades e muitas outras também precisam de ser evangelizadas”, acrescentou.
O seminário ‘A Alegria da Família’ contou com 35 participantes, 22 dos quais bispos, 11 de cada continente, em ligação com as reflexões que vão ser abordadas na Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, em outubro 2015.
O prelado adiantou ainda que em princípio o próximo encontro pode ser em Portugal, no contexto das Aparições de Nossa Senhora de Fátima, em 2017.
O encontro foi organizado pelo Conselho das Conferências Episcopais da Europa (CCEE) e do Simpósio das Conferências Episcopais de África e Madagáscar (SECAM) e realizou-se em Maputo, Moçambique.
CB/OC