Carla Carvalho destaca importância do futebol como fator de unidade entre quem está fora do país e a terra natal
Lisboa, 27 jun 2021 (Ecclesia) – Carla Carvalho, emigrante na Bélgica há sete anos, disse à Agência ECCLESIA que o futebol tem o “dom de unir as massas” e que a sua família “vibra com a seleção portuguesa”, que hoje defronta a congénere belga.
“O confinamento aqui na Bélgica está a ser levantado devagarinho o que permite juntar alguns amigos ou familiares; vamos sabendo que as famílias da comunidade se vão reunindo, há cachecóis e bandeiras, publicações nas redes sociais a incentivar a seleção e é uma forma de estar mais próximos do que nos une e o futebol tem este dom de unir as massas”, indica.
A entrevistada, catequista na comunidade católica de Língua Portuguesa de Saint Gilles, refere que, “já com um pouco mais de liberdade”, o futebol traz o passo adicional de “permitir voltar um pouco à normalidade”, das vivências e celebrações.
“Por exemplo o último jogo de Portugal foi aquela tensão, une-nos em comunidade e depois quando estamos juntos falamos disso e é importante este sentimento de pertença, é muito bom”, refere.
Carla Carvalho, casada e mãe de dois filhos, conta que, em família, todos “vibram” com a seleção portuguesa e considera que o Portugal-Bélgica “vai ser muito difícil”.
É muito difícil este jogo, porque é o país do nosso coração, o nosso, mas do outro lado está o país que nos acolhe, onde temos tido grandes experiências de vida, boas e positivas, e que também se vai tornando o nosso, a nossa casa e termos aqui um contra o outro é tão difícil”.
A oficial de Comunicação e Informação, “apesar de não perceber nada de futebol”, admite que, se Portugal ganhar, será um momento de felicidade.
“Claro que se Portugal ganhar ficamos superfelizes porque não deixa de ser o nosso país, aquele por que bate a saudade e nunca deixamos de ter, estejamos onde estivermos, Portugal é sempre Portugal”, aponta.
O jogo deste domingo, pelas 20h00 de Portugal continental, vai ser acompanhado por esta família através televisão, em casa, “com a certeza de haver queijo e presunto”, comprados na “loja portuguesa”.
“O meu filho mais velho, Gabriel, de 5 anos, já vibra com a bola e vibra pelas cores da seleção portuguesa, quer saber quem são os jogadores, é muito giro vê-los a crescer com este sentimento de portugalidade, nós falamos Português em casa e tem sido bom, apesar de estarmos longe do nosso país, crescerem com tantas raízes”, assume.
Carla Carvalho, casada com Carlos Dias, encontrou a comunidade católica de Língua Portuguesa quando procuravam um sítio para frequentar o Curso de Preparação para o Matrimónio, agora é uma referência para esta família.
“Estamos muito ligados à comunidade católica portuguesa e o facto de estarmos juntos, fazer pequenas celebrações, acaba por ajudar que os nossos filhos guardem esta ligação a Portugal e queremos que isso se mantenha”, declara.
SN