Eucaristia: Sacerdote critica participação «frívola e rotineira»

Ministros Extraordinários da Comunhão presentes no Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica foram desafiados a dar exemplo «entusiástico» de fé

Fátima, Santarém, 26 jul 2012 (Ecclesia) – O padre João Peixoto, coordenador do Apostolado de Oração da Diocese do Porto, considera que é preciso mudar a forma “fria, formal e distante” com que muitas vezes os católicos participam na Eucaristia.

“Como é frívola e rotineira a nossa participação no banquete do Cordeiro! Sendo assim, como poderemos comungar com Cristo no sacramento do irmão, do próximo de quem fugimos?”, aponta o sacerdote, numa mensagem enviada hoje à Agência ECCLESIA e proferida em Fátima, durante o 38.º Encontro Nacional da Pastoral Litúrgica.

Numa palestra especialmente dirigida aos Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC), classificados como “instrumentos e mediadores” essenciais da ligação entre os fiéis, a Igreja e Cristo, aquele responsável sustentou que cada vez que os católicos encaram a missa como um “preceito” estão a entrar em contradição com a sua fé.

Participar na eucaristia dominical significa ir “ao encontro” daquele “que amou” a humanidade “até ao fim” e permite recordar o sacrifício de Jesus, “dádiva incomensurável, no sacramento do altar”, destacou.

O membro do Secretariado Diocesano da Liturgia do Porto estabeleceu ainda uma analogia entre a relação dos fiéis com a missa e a ligação entre um casal de namorados.

“Se não é necessário o preceito do beijo para os apaixonados se beijarem, também não deveria ser necessário o preceito da Eucaristia dominical para nela participarmos com alegria, com fascínio, com paixão”, reforçou o cónego.

Numa intervenção dedicada à Escola dos Ministérios, inserida no tema principal do encontro geral sobre liturgia, “A Eucaristia, Ministério da Caridade”, que decorre até sexta-feira na Cova da Iria, o padre João Peixoto incentivou os MEC a assumirem-se como exemplos “entusiastas da celebração eucarística”.

“Os MEC são uma feliz concretização do amor maternal da Santa Igreja para com os seus filhos que, sem este serviço, teriam muito diminuídas as possibilidades de, pela comunhão sacramental, participar no Sagrado Banquete e assim se saciarem dos frutos do Sacramento do Amor”, referiu o sacerdote nortenho.

A Eucaristia, acrescentou, é antes de mais um hino à “caridade fraterna” e sem esta noção bem presente, todo e qualquer ideal de amor ao próximo ficará reduzido a uma assistência social que dependerá mais dos orçamentos do que de um coração que vê”, de que fala o Papa Bento XVI na sua encíclica “Deus caritas est”.

O 38.º Encontro Nacional da Pastoral Liturgia, que se divide entre o Centro Pastoral Paulo VI, a Igreja da Santíssima Trindade e a Capelinha das Aparições, conta com 1200 participantes, entre os quais diversos especialistas do setor, como D. José Cordeiro, bispo da Diocese de Bragança-Miranda e vogal da Comissão Episcopal para a Liturgia e Espiritualidade.

O Secretariado Nacional da Liturgia, entidade organizadora do evento, está a disponibilizar as conferências, em formato áudio, através da sua página na internet.

JCP

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR