Eucaristia pode transformar o mundo, diz Bento XVI

Papa inicia Tríduo Pascal na Basílica de São João de Latrão, com gesto de solidariedade para católicos de Gaza Bento XVI presidiu esta Quinta-feira, na Basílica de São João de Latrão, à celebração da Missa da Ceia do Senhor, com o rito do lava-pés e um gesto de solidariedade para com as populações católicas de Gaza. Na sua homilia, o Papa salientou que a Eucaristia não pode jamais ser apenas uma “acção litúrgica”, só ficando completa quando se torna amor no dia-a-dia. “Nesta hora – disse – peçamos ao Senhor a graça de aprender a viver cada vez melhor o mistério da Eucaristia de tal modo que assim tenha início a transformação do mundo”. “Queremos rezar principalmente para ter olhos que vejam tudo o que é verdadeiro, esplendoroso e bom; a fim de nos tornarmos capazes de ver a presença de Deus no mundo. Pedimos para vermos o mundo com olhos de amor, com os olhos de Jesus, reconhecendo assim os irmãos e irmãs que precisam de nós, que estão à espera da nossa palavra e da nossa acção”, acrescentou. Durante a celebração em que a Igreja comemora a instituição da Eucaristia, Bento XVI disse que “dando graças e abençoando, Jesus transforma o pão: já não dá pão terreno, mas a comunhão consigo mesmo. Esta transformação, porém, quer ser o início da transformação do mundo, para que se torne um mundo de ressurreição, um mundo de Deus. Sim, trata-se de transformação: do homem novo e do mundo novo que têm início no pão consagrado, transformado, transubstanciado”. Num olhar sobre os relatos da Última Ceia, o Papa afirmou que ali “Deus, o Deus vivo estabelece connosco uma comunhão de paz; mais, Ele cria uma «consanguinidade» entre Ele e nós”. “Através da encarnação de Jesus, através do seu sangue derramado, fomos atraídos para dentro duma consanguinidade muito real com Jesus e, consequentemente, com o próprio Deus. O sangue de Jesus é o seu amor, no qual a vida divina e a humana se tornaram uma só”, precisou. Em conclusão, o Papa pediu que os fiéis sejam capazes de compreender “cada vez mais a grandeza deste mistério, a fim de que o mesmo desenvolva de tal modo a sua força transformadora no nosso íntimo que nos tornemos verdadeiramente consanguíneos de Jesus, permeados pela sua paz e desta maneira também em comunhão uns com os outros”. Os fiéis presentes foram convidados a fazer um gesto de caridade para ajudar a comunidade católica de Gaza. A colecta foi entregue ao Papa, na hora do ofertório. No final da celebração, tem lugar a transposição do Santíssimo Sacramento para a Capela da reposição. A comemoração do Tríduo Pascal continua na Sexta-feira Santa, com a celebração da Paixão do Senhor, na Basílica de São Pedro, com a Liturgia da Palavra, a Adoração da Cruz e o rito da Comunhão. Mais tarde, pelas 21h15 (menos uma em Lisboa), Bento XVI preside à tradicional Via Sacra no Coliseu de Roma, este ano com meditações escritas pelo Arcebispo indiano Thomas Menamparampil, sinal de solidariedade para os cristãos na Índia, que têm sido alvo da violência de facções fundamentalistas hindus. O momento mais importante do ano litúrgico católica, a Vigília Pascal, é celebrado pelo Papa no Sábado, 11 de Abril, a partir das 21h00 (hora local), com a bênção do fogo no adro da Basílica de São Pedro, a procissão, a Liturgia da Palavra, a Liturgia Baptismal e a Liturgia Eucarística. Este denso programa conclui-se às 10h15 de Domingo, no Vaticano, a Missa de Páscoa, seguida da tradicional bênção «Urbi et Orbi», na Praça de São Pedro. Homilias dos Bispos portugueses na Missa da Ceia do Senhor • Homilia do Bispo de Viseu • Homilia do Bispo do Porto • Homilia do Cardeal-Patriarca de Lisboa • Homilia do Bispo de Aveiro • Homilia do Arcebispo de Braga • Homilia do Bispo do Funchal

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Agência ECCLESIA

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