Grande parte das situações terão sido praticadas por sacerdotes entre 1960 e 1984, informa a Conferência Episcopal norte-americana
Lisboa, 13 abr 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica dos Estados Unidos recebeu no último ano 683 novas denúncias referentes a abusos sexuais praticados por membros do clero a menores, sobretudo entre 1960 e 1984.
De acordo com a edição de hoje do jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, a informação consta do relatório anual da Conferência Episcopal norte-americana, no âmbito da “Carta para a proteção das crianças e jovens”, escrita em 2002.
A carta, que prevê “tolerância zero” a situações deste tipo, fornece às dioceses um conjunto de regras a seguir e prevê a realização de controlos periódicos para comprovar a sua eficácia.
O texto dos bispos adianta que cerca de duas dezenas de denúncias (3 por cento do total) foram apresentadas por menores e, na sua esmagadora maioria, ainda estão a ser alvo de investigação por parte das autoridades policiais.
Quanto aos acusados, 253 membros do clero já faleceram, outros 58 foram destituídos do seu ministério e outros 281 acabaram por deixar os cargos pastorais que lhes tinham sido confiados.
Apesar dos resultados obtidos mostrarem que “a maioria dos abusos dizem respeito a situações do passado”, o presidente do episcopado dos Estados Unidos sustenta que “a Igreja deve continuar atenta” e “fazer todos os possíveis para que os casos não se repitam”.
Para o arcebispo Timothy Dolan, a Igreja “não pode baixar a guarda”, algo que efectivamente está a acontecer, já que “quase todas as arquidioceses, dioceses e paróquias estão a respeitar as regras estabelecidas pela Carta”.
Aquele responsável defendeu ainda a aposta na “cura completa das vítimas” e na sua “reconciliação” com a Igreja.
Em 2011, as estruturas pastorais ofereceram programas de assistência a todas as pessoas afetadas pelos abusos, sendo que “453 pessoas aceitaram ajuda”.
Um pouco por todo o país, mais de dois milhões de voluntários participaram em cursos de formação, junto de paróquias e escolas, relacionados com programas de proteção de menores.
Na mesma linha, perto de 5 milhões de crianças já receberam noções sobre como podem reconhecer e evitar intenções de abuso.
JCP