Lisboa, 03 ago 2011 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal dos EUA (USCCB) criou uma secção especial na sua página na internet para assinalar o 10.º aniversário dos ataques terroristas de 11 de setembro, que deixaram cerca de 3 mil mortos, apelando ao “perdão”.
“É preciso entregar ao Senhor a nossa raiva e o nosso desejo de vingança porque compete a Deus e não a nós punir aqueles que fizeram o mal. Não devemos ser vingativos, mas devemos perdoar”, pode ler-se.
Intitulado ‘11 de setembro: A Igreja Católica recorda’, o espaço do site apresenta orientações litúrgicas e sugestões para as celebrações da data que este ano coincide com o domingo, dia que os católicos assinalam de forma particular.
Paz e reconciliação são algumas das palavras que os bispos colocam em destaque nas suas sugestões para para as homilias a serem feitas nesse dia, cuja abordagem principal será “o desafio do perdão”.
A USCCB sublinha que “perdoar o outro não significa absolvê-lo das suas resposabilidades”, porque “a misericórdia não exclui a justiça ou a necessidade de conversão, mas abre um caminho de caridade que a encoraja a promover ambas”.
A secção especial abre com uma nota em que se alude à proximidade entre os números 911 (correspondente ao 112 europeu, para chamadas de emergência) e “9/11”, pelo qual é conhecido o 11 de setembro nos EUA.
Esse número, indicam os bispos, “recorda a data do pior ataque terrorista nos Estados Unidos da América e um dos dias mais mortíferos em solo americano”.
Para marcar este décimo aniversário, a USCCB reuniu “reflexões e memórias do clero que assistiu as vítimas e suas famílias” e de outros que sentiram o “impacto da tragédia”, para além das várias declarações dos próprios bispos sobre os atentados.
“Devemos trabalhar para proteger os inocentes e para conter os responsáveis dos crimes contra a humanidade, mas ao mesmo tempo somos chamados a perdoar, porque o perdão faz com que confrontemos as situações de modo positivo e com amor, não com o medo e com o ódio”, indica a Conferência Episcopal.
“Perdoar não significa não agir”, destaca a Igreja Católica nos EUA, mas trabalhar pela “paz, perdão e reconciliação” através da “oração, ensino, compromisso no diálogo”.
Nas indicações litúrgicas para o próximo dia 11 de setembro, são sugeridas intenções de oração por todas as vítimas “da violência e do terrorismo” no mundo e também pelos “líderes das nações, para que trabalhem em conjunto e enfrentem os problemas que oferecem solo fértil ao crescimento do terrorismo”.
A data é lembrada num momento em que se discute a presença de uma cruz encontrada na área do ‘Ground Zero’ – local dos atentados contra as Torres Gémeas -, Nova Iorque, no Museu e Memorial Nacional do 11 de setembro.
A associação de Ateístas Americanos (The American Atheists) pede a remoção da chamada “Cruz do World Trade Center” (ver foto), mas a comunidade cristã de Nova Iorque considera que esta é um “símbolo de consolação e conforto para os que perderam os seus entes queridos e de esperança para os sobreviventes”.
A cruz é composta pela intercessão de duas vigas de aço encontrada nos escombros do World Trade Center, tendo sido enviada recentemente para o museu que deve ser inaugurado em setembro de 2012.
OC