EUA: Bispos escrevem a Leão XIV para assumir preocupação com situação dos migrantes e liberdade de culto

Conferência Episcopal norte-americana rejeita cenários de «intimidação» e denunciam «cultura de medo»

“Alligator Alcatraz”, centro de detenção de migrantes em Ochopee, Florida,
Foto: Lusa/EPA

Baltimore, EUA, 12 nov 2025 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal dos EUA (USCCB, sigla em inglês) escreveu uma mensagem ao Papa, para assumir a preocupação com a situação dos migrantes e a liberdade de culto, no país.

“Santo Padre, saiba que os bispos dos Estados Unidos, unidos na nossa preocupação, continuarão a apoiar os migrantes e a defender o direito de todos a praticar a sua religião sem intimidação”, refere o documento, publicado esta terça-feira, durante a reunião plenária da USCCB.

“Apoiamos fronteiras seguras e ordenadas e ações de aplicação da lei em resposta a atividades criminosas perigosas, mas não podemos permanecer em silêncio neste momento desafiante, enquanto o direito à liberdade religiosa e o direito ao devido processo legal são prejudicados”, indicam os bispos católicos dos EUA.

A 4 de novembro, ao sair da residência de verão em Castel Gandolfo, o Papa foi questionado por repórteres sobre Chicago, sua cidade natal, onde as autoridades proibiram os padres católicos de dar a comunhão aos migrantes detidos.

“Muitas pessoas que viveram durante anos e anos sem nunca causar problemas foram profundamente afetadas pelo que está a acontecer neste momento”, lamentou Leão XIV, convidando a respeitar as “necessidades espirituais” das pessoas detidas.

A Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos apresenta-se ao Papa em “comunhão” com estas preocupações, assinalando que a “caridade, verdadeiro amor a Deus e ao próximo” é uma dimensão obrigatório da fé cristã.

A carta denuncia uma “cultura de medo” que atinge os “irmãos e irmãs migrantes”, levando muitos a hesitar em “sair de casa e até ir à igreja, com receio de serem aleatoriamente assediados ou detidos”.

Entre os desafios apontados, os bispos dos EUA referem “o estreitamento e egoísmo do individualismo”, “a polarização, animosidade e violência política”, bem como “as constantes ameaças à vida e dignidade de cada pessoa humana, especialmente dos pobres, idosos e nascituros”.

A assembleia plenária da USCCB decorre de 10 a 13 de novembro, em Baltimore.

OC

Partilhar:
Scroll to Top