EUA: Bispos contra ordem executiva de Trump que restringe entrada de refugiados

Responsáveis temem aumento da discriminação das minorias religiosas

Lisboa, 30 jan 2017 (Ecclesia) – A Comissão das Migrações dos bispos católicos dos EUA criticou a ordem executiva do presidente Donald Trump que proíbe a entrada de refugiados no país e limita o ingresso de cidadãos de sete nações.

D. Joe S. Vásquez, bispo de Austin e presidente da Comissão das Migrações da conferência episcopal norte-americana, disse “discordar veementemente” desta solução, lamentando a proibição de entrada de refugiados sírios e questionando a prioridade dada a minorias religiosas.

“Acreditamos na assistência a todos os que estão vulneráveis e fogem da perseguição, independentemente da sua religião. Isso inclui cristãos, bem como yazidis e muçulmanos shia da Síria”, assinala.

Já o cardeal Blase Cupich, arcebispo de Chicago, manifestou-se em comunicado contra a decisão do presidente Trump, considerando-a como uma “página negra” na história dos EUA.

O patriarca iraquiano D. Louis Sako, da Igreja Caldeia, assinalou por sua vez que qualquer política de acolhimento que discrimine aqueles que são perseguidos, com base na religião, “prejudica os cristãos do Oriente”, pois “fornece argumentos a toda propaganda e preconceitos que atacam as comunidades cristãs autóctones do Médio Oriente como ‘corpos estranhos’, grupos mantidos e defendidos pelas potências ocidentais”.

Donald Trump, explicou este domingo que a ordem executiva tomada na sexta-feira – que proíbe a entrada de refugiados e limita a de cidadãos do Iraque, Irão, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen nos EUA – não quer ser uma medida diretamente contra os muçulmanos.

"Isto não tem a ver com religião. Tem a ver com terrorismo e com manter o nosso país seguro. Há mais de 40 países no mundo que são maioritariamente muçulmanos e que não são afetados por esta medida", assinalou.

OC

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