Etiópia: Sacerdote denuncia perseguições aos cristãos pelo «extremismo islâmico»

Lisboa, 29 jun 2021 (Ecclesia) – O padre Abiyot Desalegn afirmou que há “centenas de mortos” na região de Tigray, na Etiópia, e alerta  para perseguição aos cristãos, “pelo extremismo islâmico”, e ataques “a igrejas e habitações”.

“Uma vez que o Governo mantém uma relação especial com a Igreja Ortodoxa Etíope, outras denominações – em particular os católicos, os evangélicos e os protestantes pentecostais – são perseguidas tanto pelo Estado, como pela Igreja Ortodoxa”, refere o sacerdote, em entrevista ao semanário católico da Diocese de Macau.

A intervenção, divulgada pela Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, alerta para a perseguição aos cristãos, “pelo extremismo islâmico”, e fala em ataques “a igrejas e habitações”.

“Com uma crise que já se estendeu a toda a Etiópia” por causa do conflito entre forças governamentais e rebeldes nesta zona, situada a norte do país, o Padre Abiyot Desalegn afirma que há “centenas de mortos” na região de Tigray.

O sacerdote denuncia também a existência de perseguição aos católicos por parte do Governo e pela Igreja Ortodoxa Etíope, e por grupos extremistas islâmicos.

“As pessoas que abandonam a Igreja Ortodoxa são alvo de pressões por parte da própria família e da comunidade, e enfrentam maus-tratos significativos, se isto não bastasse, as igrejas podem ser impedidas de conduzir celebrações religiosas”, diz.

Outro grande fator de perseguição na Etiópia – acrescenta o sacerdote – é o extremismo islâmico, em particular na parte oriental e na parte meridional do País. 

O padre Abiyot Desalegn descreve uma situação particularmente difícil para as mulheres cristãs que, diz, “correm o risco de serem forçadas a casar com não-cristãos e o que se espera é que assumam a religião do marido”. 

“Se uma mulher se converte ao Catolicismo numa área não-cristã, o mais provável é que seja forçada a divorciar-se pelo marido e, muito possivelmente, perde a custódia dos próprios filhos”, acrescenta.

A Fundação AIS tem vindo a acompanhar com preocupação a situação que se vive na Etiópia, especialmente na região de Tigray, a norte do país, onde tem vindo a ocorrer uma intervenção militar particularmente agressiva por parte do exército federal e de forças aliadas da Eritreia. 

SN

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Agência ECCLESIA

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