Um curso para fazer despertar nas crianças a espiritualidade. É esta a proposta do Despertar da Fé, do Departamento da catequese do patriarcado de Lisboa que em parceria com a Escola Superior de Educadores de Infância Maria Ulrich tem vindo a desenvolver, contam já com uma terceira edição do curso. Maria João Athaíde, da ESEI Maria Ulrich dá conta que o cursos pretende juntar a teoria à prática. A primeira sessão foi dedicada à espiritualidade na criança, ligando com a questão da religiosidade, “uma fez que a espiritualidade é o alicerce da educação religiosa”, explica à Agência ECCLESIA. As restantes três sessões do cursos serão dedicadas ao estudo da bíblia e à forma como os educadores poderão abordar os textos com as crianças. Estão também previstos exercícios de descontracção para crianças com vista a uma dinâmica interior mais rica. E vão abordar vários exemplos, através de testemunhos de educadores sobre o que fazem nas suas escolas e instituições com as crianças para promover a educação religiosa. “O público alvo são educadores que trabalhem em instituições católicas e centros paroquiais e sociais, mas também em creches e jardins de infância”, não sendo por issoexclusivamente destinado a catequistas. “O objectivo não é passar doutrinas”, até porque antes dos sete anos “a chave não é doutrinal nem didáctica”. Trata-se antes de compreender como se expressa a espiritualidade de uma criança para a poder estimular. “O educador vai estimular a sua vida interior, as boas relações com os outros, mas sem violentar de fora para dentro, antes aproveitando o que é natural e espontâneo na criança”. Os sinais da espiritualidade numa criança expressam-se através de um olhar, de uma troca com a mãe ou com quem cuida dela. “Expressões que vão além do mero dia a dia”, explica Maria João Athaíde. O educador está sempre no papel de estimular a criança, e deve por isso “estar atento a esses sinais. Daí a importância dos educadores passarem por este curso”, sublinha. Os resultados têm sido muito bons. “Temos percebido um enriquecimento da religião nas instituições onde os educadores participam nos cursos. Tem sido esse o feedback através dos pais e educadores e percebemos que as pessoas modificam a sua atitude e prática”.