Sacerdote do Patriarcado de Lisboa, que durante 10 anos foi secretário-geral do Conselho das Conferências Episcopais Europeias (CCEE), aborda crise na Ucrânia, impactos da pandemia e do inverno demográfico no continente, pedindo maior aposta em políticas de apoio às famílias
Entrevista conduzida por Henrique Cunha (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)
O Presidente do Conselho das Conferências Episcopais Europeias condenou a invasão da Ucrânia, alertou para a possibilidade do alastrar do conflito e afirmou determinação de as Igrejas agirem conjuntamente para acabar com a agressão. É inegável a determinação, a persistência do Papa Francisco na procura da paz na região. Falta essa determinação e resiliência a outros protagonistas?
Eu julgo que há unanimidade das Igrejas Cristãs na Europa na condenação da invasão, não creio que haja muito muitas dúvidas sobre isso. Poderá haver formas de dizer mais ou menos explícitas, por questões que têm mais a ver com as relações ecuménicas, com e com as tradições e com as relações que existiam, porque há também o desejo de que, no fim da invasão, não fiquemos inimigos.
Há uma perceção de que não queremos quebrar as pontes que existem, ainda que não possa haver ambiguidade naquilo que se diz na condenação da invasão e da guerra em geral. Não creio que se possa ter dúvidas sobre o sob o que está a ser dito, mas é preciso ter algum cuidado, com certeza. Esse cuidado não tem tanto a ver com a dúvida sobre o que está a acontecer, mas sobre a esperança do que virá a seguir.
Isso justifica de alguma forma, por exemplo os telefonemas entre o Papa Francisco ou o arcebispo Welby, da Igreja Anglicana, e o patriarca Cirilo, de Moscovo? Ou seja, não derrubar pontes, apesar dos posicionamentos polémicos do patriarca russo…
Exatamente isso. Há um duplo objetivo nestes telefonemas ou nestas tentativas diplomáticas – aquelas que são conhecidas e aquelas que acontecerão, certamente, dentro do segredo da vida diplomática que tem a ver com esta questão das pontes. Tem a ver com uma tentativa de convencer o patriarca Cirilo e a Igreja Ortodoxa Russa, em geral, da necessidade de fazer o possível para travar uma guerra cuja justificação é nula. Pode haver alguma motivação política, por parte dos russos, mas nada justificaria uma coisa destas.
Ficou surpreendido com o posicionamento da Igreja Ortodoxa Russa?
Surpreendido é um pouco difícil de dizer. Nas Igrejas Ortodoxas, a relação entre Igreja e Estado é muito mais estreita do que no mundo ocidental, onde a separação Igreja-Estado é uma coisa assumida.
Essa interdependência política, digamos assim, condiciona de alguma forma a posição do patriarca de Moscovo?
Condiciona certamente, em parte. Mas depois há também as questões intereclesiais que são complexas: dentro da conceção do Patriarcado de Moscovo, a Ucrânia faz parte do seu território, portanto há ali uma ambiguidade se o podemos dizer assim. O patriarca de Moscovo é do lado russo, mas deveria ser dos dois lados, por isso seria de esperar que ele fosse um grande apelador da paz. Mas o facto é que não foi e está a ser complicado, porque muitas das paróquias e alguns bispos, inclusive, na Ucrânia ligados ao Patriarcado de Moscovo estão a deixar de dizer o nome do patriarca na liturgia, o que significa que se estão a separar dele. Isto tem criado algumas tensões, ainda agora recentemente o patriarca de Constantinopla, Bartolomeu – que está de relações cortadas com o patriarca Cirilo desde que a Igreja Ortodoxa da Ucrânia foi reconhecida por Constantinopla – esteve agora em Varsóvia com o visitar os refugiados, esteve com o presidente da Conferência Episcopal Polaca. Há ali uma aproximação do patriarca de Constantinopla aos ortodoxos que estão a sair da Ucrânia que vai criar problemas para o patriarca Cirilo. Ele seria mais compreensível se fosse um grande promotor da paz.
Não sabemos é de todas as questões internas da Rússia, a coisa é muito mais complicada do que nós possamos, às vezes, imaginar. Como pessoa, o patriarca Cirilo, e o seu segundo, Hilário [responsável pelo Departamento das Relações Externas do Patriarcado] são pessoas comprometidas com a história de Rússia e comprometidas com a Igreja Russa, são pessoas de fé e são pessoas que têm um juízo sobre a situação da Europa com algumas coisas verdadeiras. Mas neste momento, vejo-os com uma posição muito insustentável.
Esta guerra veio colocar no centro das nossas preocupações uma realidade que julgávamos impossível. A Europa é agora também uma das periferias a que temos de dar atenção?
A Europa ser uma periferia não sei exatamente se o podemos dizer, mas na Europa há periferias.
Em termos humanitários…
Nós temos muitas situações na Europa que são de periferia, no sentido que o Papa Francisco usa: de pessoas que ficam esquecidas, para segundo plano, e que precisam de ser tratadas, cuidadas e acolhidas.
A Europa tem atratividade, não há dúvida, junto dos outros povos, sobretudo africanos e do Médio Oriente em guerra: aqui vive-se uma certa paz, desenvolvimento económico, há uma liberdade que lhes permite viver, portanto, há aqui uma atratividade.
Neste momento, a questão da guerra da Ucrânia é mais porque as pessoas estão fugir da guerra diretamente e fogem para o sítio mais perto, não há muita dúvida. Mas isto vai criar, certamente, na Europa novas periferias e novas preocupações para que a Igreja tem alertado há muito tempo. Mais do que tem alertado – fui vendo na Europa fora – há muita ação.
Há muita palavra, sem dúvida, e muitas vezes queríamos mais porque gostamos de ouvir os discursos empolgados dizer as coisas com que concordamos… Mas no terreno, nas paróquias, nas Cáritas, nas solidariedades, há muita coisa a ser feita.
Falando do que nos trouxe até este momento de guerra. As lideranças europeias falharam na sua capacidade de previsão?
Eu não sei se falharam, não sei se conseguem… dentro das lideranças europeias, mesmo políticas, a mim parece-me que há ali um jogo de cintura muito grande, porque há muitos interesses económicos, ideológicos e políticos. Não há uma total transparência na União Europeia, não vale a pena imaginar isso.
Há uma necessidade de pôr povos diferentes, com forças económicas diferentes – o salário médio na Alemanha ou na Bulgária não é a mesma coisa; em Portugal e na França, que também é mais parecido, não é igual -, estas coisas todas em conjunto.
Isso limita a capacidade de falar a uma só voz e ter um papel mais forte na mediação, por exemplo?
Claramente, eu julgo que há países que querem uma coisa e outros querem outra, mas nós queremos ter uma mesma voz. Julgo que foi bonito e importante termos visto que a União Europeia, quando se tratou da guerra, em si, teve uma unanimidade e uma resposta relativamente forte, esqueceu-se das suas guerras internas, indo em frente nesta condenação da Rússia e nesta tentativa de proteger a Ucrânia, dentro daquilo que consideraram possível e eficaz.
A via do diálogo é ainda solução? Acredita numa possível mediação da Santa Sé?
A via do diálogo é sempre possível. A mediação da Santa Sé já cabe às partes decidir se consideram que a Santa Sé seja suficientemente neutra para poder para poder fazer a mediação e, ao mesmo tempo, se tiver estatuto, força internacional.
Quer a secretaria de Estado do Vaticano, o cardeal Parolin, quer o Papa têm dado sinais de disponibilidade para isso e tem experiência suficiente. A Santa Sé tem experiência e tem relações com os Estados todos, que permitem pensar que teria eficácia. Agora, o facto de ser ter ali o problema da Igreja Ortodoxa misturada…
Julgo que as tentativas de diálogo do Papa Francisco com o patriarca Cirilo também têm a ver com esta oferta de disponibilidade.
Criar essa confiança para que se possa avançar….
Sim.
Voltando às questões religiosas e que possam estar subjacentes não só a este conflito, mas uma certa situação de fragmentação na Europa. Já tivemos oportunidade de falar no passado várias vezes. Consegue ligar à situação que vivemos também ao que tinha denunciado em relação ao processo secularização e de uma certa perda de raízes espirituais e até religiosas do que deve ser o projeto europeu?
Eu penso que a Europa chega a estes momentos, e o que a gente tem para oferecer? Dinheiro, desenvolvimento? Estamos em crise de certa maneira, e depois da pandemia…O que nós teríamos para oferecer é uma mundividência e uma antropologia, ou se quisermos uma maneira de olhar para a vida em que de facto é preciso ter em conta a experiência religiosa, porque senão nós estamos a desenvolver uma sociedade muito egoísta. Neste momento, estes impactos da guerra mostram que há uma possibilidade de solidariedade muito maior o que é uma coisa bonita, porque está dentro do coração do homem. E de repente diante de um drama nós esquecemos as nossas dúvidas e vamos em frente. Mas a mim parece-me que o egoísmo, o individualismo que vem desta secularização põe em crise tudo aquilo que é a coesão social, disso não tenho dúvidas. E depois, enquanto há dinheiro as coisas vão se aguentando, mas quando houver crise financeira, como se costuma dizer: quando não há pão há guerra em casa….
Padre Duarte, a Europa que agora aparece unida na condenação e no combate à invasão da Ucrânia e disponível até para acolher refugiados é a mesma que se mostrou dividida e até “ameaçada” pela questão das migrações. Há alguma explicação para esta situação do seu ponto de vista?
Não nos esqueçamos que quer a Ucrânia quer a Rússia são a Europa. Portanto, estamos aqui a tratar de europeus com europeus, e, portanto, de refugiados europeus que entram dentro da Europa. Há aqui uma certa facilidade de acolhimento que torna também menos assustador para os países que acolhem que isso possa criar uma convulsão social. E por isso, quando se trata de pessoas que vêm de outros continentes, doutras religiões, de outros contextos é uma situação mais delicada. E para o bem deles, e para o bem nosso tem de haver muito mais cuidado, porque senão, a certa altura nem eles vão ser bem recebidos, nem nós vamos ter a estabilidade necessária para lhes oferecer.
E mesmo na Ucrânia já há relatos de tráficos de pessoas e, portanto, o cuidado tem de existir sempre, não é?
Há muitos relatos de tráfico e também há muitas coisas pouco sérias, digamos assim. Mas a sensação que eu tenho tido é que a preocupação, mesmo das pessoas que estão a acolher os refugiados e que depois as estão a distribuir por várias pessoas é de uma preocupação cuidadosa. Sabe-se que há perigos e portanto, vamos ver que as coisas não corram perigo. Portanto eu penso que a Europa de que me perguntava o Henrique, a Europa de há seis anos ou de há sete anos quando teve a crise dos refugiados que vinham da Síria ou de outros países em guerra, do Médio Oriente, ou do Norte da África e estas crises são de facto diferentes pelo impacto que tem junto de nós. Por estar mais próximo também faz muito mais impressão.
Nós estamos a conversar num domingo que é o dia em que o Papa Francisco encerra a sua visita à ilha de Malta na qual vai fazer um gesto simbólico com os refugiados que atravessam o Mediterrâneo. Ou seja, a atenção da Igreja Católica sobre estas populações especificamente não desapareceu nem pouco mais ou menos?
Não desapareceu não, e está muito ativa. É verdade que agora temos menos notícias e, portanto, há menos visibilidade e a ida do Papa ali também é importante. Lembro-me que estive em Malta e estive num dos campos de refugiados, e faz muita impressão estar num campo de refugiados porque há muito controlo, há muita desconfiança, há muito medo. Mas também é verdade que depois andava lá em Malta e as pessoas de Malta estavam todas com muito medo dos refugiados. Portanto, não havia uma sensação de à-vontade. E quem governa um país tem que ter a perceção também da sensibilidade das pessoas. Pode-se educar, pode- se acolher…pode-se e deve-se. E isso tudo é fundamental. E julgo que há sinais grandes de se fazer isso. Mas isso requer também uma preparação das comunidades e uma educação. Na parte dos ucranianos é diferente também. É importante que nós não nos esqueçamos que há uns 20 milhões de ucranianos espalhados pelo mundo e, portanto, todos estes ucranianos que estão a sair da Ucrânia; não digo todos, mas muitos deles têm familiares que os podem ajudar e acolher. E, portanto, aquilo que a Igreja e a sociedade em geral está a fazer é ajudar a fazer a relação entre os que estão a sair e os que estão a acolher, não é.
Vivemos ainda os efeitos da pandemia a que se junta a guerra na Ucrânia. Para combater a crise económica provocada pela covid de Bruxelas aprovou o denominado Plano de Recuperação e resiliência. Era o que a Europa precisava então? A guerra veio de alguma forma desatualizar o PPR?
São questões muito específicas e económicas …
Mas o tema esteve por exemplo presente nas Jornadas Sociais Europeias em que se falou sobre a Europa e o pós-pandemia….
Sim. O que dá a sensação é que está aqui um problema que tem reflexos na economia, mas que é maior do que a economia. O problema da pandemia introduziu na vida social e nas relações humanas e nas famílias, e nas comunidades coisas diferentes e problemas novos que têm reflexo numa crise económica que mais ou menos se pode vir a sentir ou se vai sentir, mas também tem reflexos nas relações sociais e, portanto, na saúde das pessoas, na saúde mental também, na saúde psicológica e espiritual.
E nesse sentido aquilo que a Europa precisa não é só de mais dinheiro para resolver o problema. Se a gente tiver muito dinheiro, mas não tiver cabeça para gerir esse dinheiro depois também não resolve o problema.
Essa é uma questão essencial. Agora estamos a começar com um novo Governo e é necessária esta exigência até do cidadão de não se demitir do seu dever de cidadania de acompanhar a aplicação destes fundos?
Há uma corresponsabilidade. Julgo que a Europa e a democracia à europeia que vem desde os tempos dos gregos é uma democracia que tem muito a ver com esta ideia de corresponsabilidade. Nós temos que responder enquanto povo, mas também enquanto cada um de nós, enquanto cidadão. E nesse sentido é evidente que não basta que haja um Estado que me sirva o que eu preciso, mas que eu também me sinta responsável e corresponsável dos meus concidadãos, dos meus irmãos e daqueles que estão comigo na vida do dia a dia. É também por isso que a Igreja continua a insistir naquilo que talvez seja um sinal da crise grande da Europa e que a pandemia veio agravar que é o problema da família. A célula básica da sociedade é uma família. Uma família é uma comunidade de vida e amor como dizia o Papa João Paulo II. Quer dizer que há ali uma célula que tem a ver com relações de amor, interajuda, de amizades, de suporte que vai desde o nascimento até à morte. Quer dizer, portanto, as pessoas são apoiadas desde que são concebidas até que morrem são amadas, digamos assim. Mesmo que não sejam sempre facilmente amadas, mas são amadas. Isto é a célula de uma sociedade. Quando a sociedade em vez de ser como célula, uma comunidade de vida e amor e tem apenas indivíduos, todo o problema económico cresce porque as redes de comunidades também são de solidariedade, de apoio e de entreajuda. Se é o Estado que tem de pagar tudo, ou se são os ricos que têm de pagar tudo, depois de repente parece que eu não tenho que fazer nada. Ora, estas guerras o que trazem e estas ondas de refugiados provam-nos que não temos tempo para esperar que o Estado faça isso ou aquilo. E vemos a sociedade civil a mexer-se porque é movida pelo amor. E isto é um bom sinal.
Mas vamos a ver se a crise da pandemia e do individualismo e da secularização não diminuem também este ímpeto de solidariedade. As pessoas ficam em casa a ver na televisão a ver a guerra e dizem: Uau! que pena deles!!
Falamos aqui de uma Europa envelhecida sendo nós um país onde nascem poucas crianças. Este é um outro problema que a Europa precisa dar mais atenção falou ainda agora da questão da família. Será necessária uma task-force para a promoção da natalidade?
Em Bratislava nas jornadas sociais europeias falou-se bastante da demografia, desta transição demográfica, e do problema da demografia. E eu julgo que uma das coisas que também ficou bem clara é que as políticas de natalidade têm que ser sempre associadas a políticas de proteção da família e do apoio à família, que vai desde a relação entre o trabalho e a família à coesão familiar, a questões econômicas. a apoios, a subsídios, liberdades educativas. Portanto, há todo um conjunto de apoio à família que promovem depois e que ajudam as famílias a não ter medo de ter filhos e porque se sentem, por um lado livres de os ter, e por outro lado apoiadas para os ter.
Julgo que a Europa está muito assustada. Há uns 20 anos atrás ainda era só a Igreja que falava do inverno demográfico. Hoje já toda a gente fala do inverno demográfico, porque está muito assustada. De facto, quer economicamente, quer socialmente não é sustentável uma sociedade que está sempre a envelhecer, e a envelhecer sempre cada vez mais. Quer dizer os próprios idosos vão deixar de ter apoios nos jovens, e os jovens vão entrar em conflito com os idosos porque, a certa altura, não conseguem sobreviver uns e os outros. Isso pode ser uma crise gravíssima. Agora se isto é tudo indivíduos estamos numa situação muito mais complicada do que se for células das famílias, e por isso é que a Igreja continua a insistir nesta relação intrínseca entre o que é políticas de natalidade e o que é políticas de família, e de coesão social em geral.
Mas a Europa está assustada e tem feito pouco para fugir desse medo?
Porque há questões ideológicas, não é. Se falarmos do aborto, ou se falamos de todas as políticas de uma certa revolução sexual que introduziu uma lógica de irresponsabilidade na vida sexual das pessoas, a cultura europeia neste momento não falar muito disso, porque não quer diminuir essas liberdades. Mas ao mesmo tempo percebe que isto introduziu um certo caos na questão da natalidade. E agora é preciso ter filhos, mas não vão fazer política de natalidade a dizer façam-se filhos. Qualquer dia temos como no admirável mundo novo de Aldous Huxley, os filhos feitos em fábricas e não feitos em famílias. E isso é uma coisa que não tem futuro porque quando se tem um filho gera-se uma vida, mas educa-se e integra-se depois na vida social. Há toda uma responsabilidade e há capacidade de socialização das crianças e dos jovens que vivem num ambiente familiar. Agora quando há falta de mão de obra, e precisamos de mais gente, poderão os emigrantes resolver isso? Em parte, sim, mas os emigrantes não vêm só com mão de obra, vêm como pessoas, e como pessoas com as suas famílias, com as suas culturas, com as suas religiões.
Portanto há toda uma mudança cultural na Europa inevitável, porque a história da Europa é feita de mudanças culturais, de ondas de pessoas que vêm e que vão. Mas, se tivermos uma identidade forte e idealmente cristã que introduza, quer o olhar para Deus e para o interior, quer olhar para o irmão e para o amor bastante forte; podemos integrar os outros, enriquecer-nos com aquilo que os outros dão e ao mesmo tempo mudarmos um bocadinho aquilo que nós somos e inclusive até melhorar. Portanto não podemos dizer que estes conceitos sejam só de desespero. Há esperanças, mas a esperança que tem que estar sempre um bocadinho aliada a um empenho, a fazer qualquer coisa para que aquilo que eu espero aconteça. Não vou só ficar à espera.