Estátua de D. João Peculiar

No dia 5 de Dezembro, será inaugurada a estátua que o Cabido de Braga mandou erguer em honra de D. João Peculiar. A estátua ficará no Largo de S. Paulo, e não junto da Sé, onde chegou a ser levantada a base que a deveria sustentar. A inauguração está prevista para as 17h45 e integra-se na festa do dia litúrgico de S. Geraldo, padroeiro da cidade. Após esta cerimónia, o Arcebispo Primaz, D. Jorge Ortiga, preside, às 18h00, na catedral, a uma concelebração, seguida da inauguração da Biblioteca do Cabido. Sobre D. João Peculiar, lê-se no Dicionário de História: «Nascido em Coimbra, e falecido em Braga, a 3 de Dezembro de 1175. D. João Peculiar era filho de Cristóvão João e de D. Maria Rabaldis, senhora da vila de Murtede. Estudou em Coimbra, e foi depois para a Universidade de Paris. Edificou um oratório na vila de Lafões, onde se recolheu com alguns sacerdotes praticando exercícios religiosos. Foi depois mestre-escola da catedral de Coimbra, e sendo ali arcediago D. Telo, o acompanhou a Roma para implorar de Inocêncio II, que o instituto dos cónegos regulares de Santo Agostinho fosse restituído à sua primitiva observância. Conseguindo a sua pretensão com muitos privilégios e indultos para o real convento de Santa Cruz de Coimbra, voltaram ambos de Roma em Junho de 1135. D. João Peculiar foi depois eleito bispo do Porto em 1135, passando à cadeira arquiepiscopal de Braga e primaz das Espanhas, em 1139, indo outra vez a Roma para receber o palio, que o mesmo pontífice lhe entregou, ordenando-lhe que assistisse ao concilio Lateranense II, que naquele tempo se celebrava. Regressando a Braga foi recebido com as maiores demonstrações de respeito e de júbilo. O arcebispo primaz de Braga D. João Peculiar foi quem coroou D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal nas cortes celebradas em Lamego; assistiu à conquista de Lisboa em 1147, acompanhando sempre o novo rei; foi quem benzeu a mesquita-mor dos mouros tornada templo cristão e sagrou o 1.º bispo, D. Gilberto, varão inglês de notória virtude, que foi preferido a todos os outros, por ser considerado o mais digno dos estrangeiros que ajudaram D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa. O novo rei; assistiu à sagração, e terminada a cerimónia D. Gilberto fez juramento de obediência ao arcebispo D. João Peculiar como primaz das Espanhas. O arcebispo foi sepultado na Sé de Braga. Havia-se relacionado intimamente em Roma com o doutor da Igreja S. Bernardo, com quem entretinha afectuosa correspondência. Por sua morte deixou manuscritas muitas dessas cartas em latim».

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