Estado explora os colégios

Afirmação do Pe. Amadeu Pinto, Director do Colégio de S. João de Brito, a propósito do Fórum «Risco de Educar». Agência ECCLESIA (AE) – No Fórum «Risco de Educar» disse que há falta de vontade política para alterar o panorama educativo em Portugal. Encontra razões para tal situação? Pe. Amadeu Pinto (AP) – Falta vontade política porque já não é possível fazer-nos acreditar que não é possível mudar. Se não se muda é porque não se quer. Quem pode mudar são os políticos. Estes deviam conjugar todas as condições necessárias e suficientes para fazer a mudança. Ou então interessa. Deve interessar a alguém certamente. Nós temos, possivelmente, a legislação mais fantástica da liberdade de educar mas temos, provavelmente, a regulamentação mais perversa. Torce o sentido da legislação e deita tudo por terra. Isto é falta de vontade de querer aplicar a lei que nos rege. AE – Dados contraditórios? AP – É verdade. As pessoas estão há muito tempo na administração e não querem mudar. Arranjam uma regulamentação que abafa o espírito da lei. AE – Se por um lado abafa por outro dá-lhe o monopólio na área da educação? AP – É evidente. Nem a Igreja pode arrogar-se de ter o monopólio da educação. Ninguém. Só os pais têm o monopólio da educação dos seus filhos. Monopólios, nunca e em nenhuma circunstância. Mas o certo é que o Estado tem o monopólio da educação. Dá-nos autonomia mas para fazermos aquilo que eles querem que nós façamos. AE – Perante este caso, a Escola Católica está em maus lençóis? AP – A Escola Católica não é substituta do Estado porque o Estado é que está mal situado. O Estado não é educador mas devia remeter-se às suas funções. Devia reunir condições para que os pais e a sociedade civil organizada possam educar livremente os seus filhos. AE – Os pais que têm os filhos na Escola Católica são duplamente penalizados? AP – É verdade. Penalizados pelos impostos recolhidos para a gratuitidade do ensino nas escolas dele (Escolas do Estado). E depois vai buscar mais dinheiro através das mensalidades pagas pelo pais. O Estado está a explorar, indecentemente, os colégios particulares. Está a servir-se do espólio (dos Colégios) enorme e ainda lhe coloca impostos por cima. Notícias relacionadas • Dossier sobre o Educação Cristã • Educação

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