Estado de saúde de João Paulo II divide Igreja Católica

Continuam as opiniões desencontradas sobre se estes são ou não os últimos dias do Papa O Cardeal Christoph Schoenborn, arcebispo de Viena e uma das figuras mais destacadas da Igreja na Europa, voltou a alimentar rumores sobre o agravamento do estado de saúde do Papa ao declarar que João Paulo II “vive os últimos dias ou meses da sua vida”. Falando à Radio nacional austríaca, a ORF, o Cardeal referiu ontem que “todo o mundo é testemunha de que o Papa está incapacitado, doente e a morrer”. O porta-voz da arquidiocese de Viena já veio hoje a público defender que estas afirmações devem “interpretar-se filosoficamente”. Depois do polémica desencadeada pelas declarações do Cardeal Ratzinger ao semanário alemão “Bunte” e o desmentido do secretário pessoal do Papa, arcebispo Stanislao Dziwisz, parece claro que o estado de saúde de João Paulo II se tronou um assunto de Estado no Vaticano. O futuro cardeal Javier Lozano Barragán, presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Agentes da Saúde colocou de parte a teoria de que o Vaticano estaria a ocultar o verdadeiro estado do Papa, esclarecendo que este “não se encontra nas últimas”. Em declarações ao diário espanhol “El Mundo”, o prelado mexicano admitiu que “João Paulo II está efectivamente mal, mas não há motivos para alarmismo”. “João Paulo II não esconde as suas limitações nem as disfarça, mas demonstra que superou a dependência física e vive a velhice como preâmbulo da ressurreição”, acrescentou. Segundo este responsável, o Papa enriquece plenamente o conceito cristão de saúde dizendo que “esta é uma tensão em direcção à harmonia física, mental, social e espiritual: não é somente a ausência da doença.” Na mesma linha de raciocínio se exprimiu hoje o Cardeal Giovanni Battista Re, prefeito da Congregação dos Bispos, defendendo que “não há motivos para o alarme”.

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