“Está mesmo aí”

Padre Hugo Gonçalves, Diocese de Beja

O pulsar dos corações de milhares de jovens católicos – bem como das comunidades paroquiais e da generalidade dos portugueses – aumenta, à medida que diminuem os dias que antecedem a chegada de milhares de peregrinos, vindos de todo o mundo, para viverem uma experiência de fé, de encontro com Cristo na pessoa de outros jovens e, obviamente, com o Papa Francisco.

Já neste mês de Julho começam a chegar esses jovens para uma experiência nas várias Dioceses do país. Com toda a certeza sairão desses dias da pré-jornada mais enriquecidos, como paralelamente também as comunidades que os irão receber beneficiarão de uma experiência que nos fará lembrar o Pentecostes, pois ouviremos literalmente outras línguas, as quais falam da mesma fé que nos une a eles.

A pré-jornada pode e deverá ser um tempo de rejuvenescimento das várias comunidades paroquiais, não só por poder ser um elemento de ignição que poderá cativar jovens que nunca tiveram vida em Igreja, mas também de um rejuvenescimento interior de todos aqueles que delas fazem parte e que nesses dias terão oportunidade de acolher, conviver e partilhar com os jovens peregrinos, não só a cultura de cada região, mas a forma de viver e celebrar a fé.

Nesta grande e, ao mesmo tempo, pequena Diocese de Beja – grande em dimensão e pequena em população – também estamos ansiosos de poder acolher aqueles que escolheram vir até nós. Eles são o rosto e a pessoa de Cristo que nos visita (“era peregrino e me acolhestes”); que nos trazem a alegria de uma Igreja viva que a todos quer contagiar e que nos convida, como dizia o Papa S. João Paulo II, a não termos medo de abrir as portas a Cristo.

A Jornada Mundial da Juventude pode e deve ser um novo Pentecostes na Igreja em Portugal. O Espírito Santo não está inativo – Ele está, esteve e estará sempre presente na Igreja – e nós necessitamos dessa uma “injeção de adrenalina de fé” para acordarmos, sairmos da nossa zona de conforto, de um certo comodismo e conformismo negativista em que muitas vezes nos votámos; este é o preciso momento de acordar e de agir, na medida em que estes jovens são aqueles que nos vêm administrar a referida injeção da adrenalina da fé, da esperança, da alegria; são eles que nos vêm despertar: «Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo brilhará sobre ti» (Ef 5, 14).

Para muitos jovens portugueses, inclusive aqueles que têm andado afastados, abatidos, esta poderá ser a oportunidade de um encontro pessoal com Jesus e, consequentemente, um tempo de conversão. Alguns irão se confessar pela primeira vez; outros irão participar na Eucaristia depois de muitos anos de afastamento; outros ainda, que até se confessam e recebem a sagrada comunhão, irão vivê-las como nunca antes o fizeram. Este é, portanto, o tempo em que a esperança se materializa, e em que se pode ver e tocar; este é um momento único e que todos nós temos de aproveitar, abrindo os corações, as casas, as famílias a Cristo, na pessoa destes milhares de jovens. Não desperdicemos este momento.

Da Diocese de Beja, umas largas centenas de jovens irão estar presentes em Lisboa. Para quem é de fora da Diocese, umas centenas de jovens pode parecer pouco, mas para nós que vivemos nestas terras douradas pelo trigo, tão desertificada de pessoas e de jovens na Igreja, é já sinal de uma esperança que se reanima e que nos faz crer que os jovens querem Deus nas suas vidas, que querem ser e estar em Igreja.

Vamos todos aproveitar, colaborar e crescer com a JMJ Lisboa 2023.

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Agência ECCLESIA

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