Espiritualidade: Paz tem «preço» e exige «silêncio», diz padre carmelita

Faro, 24 fev 2012 (Ecclesia) – O padre carmelita Agostinho Leal considera que a liberdade interior e a pacificação espiritual só podem ser obtidas com renúncia aos afetos pessoais e materiais, bem como através de uma oração que favoreça o silêncio.

“Muita gente gostaria de ter paz, de ser livre interiormente, de não ser escrava de coisas e até de pessoas, mas isso tem um preço”, afirmou o sacerdote num encontro de espiritualidade realizado sábado e domingo em Patacão, próximo de Faro.

O religioso, citado pelo jornal “Folha do Domingo”, sublinhou que os portugueses, na espiritualidade e noutras dimensões da existência, são “prontos a exigir” mas querem “ter as coisas sem as cultivar”.

O silêncio e o “recolhimento” são essenciais para a relação espiritual, num tempo em que a Igreja Católica tem “muitos grupos de oração baseados na palavra, em que as pessoas falam muito”, apontou.

A prática orante dos carmelitas, explicou, procura descobrir a riqueza da paragem e da escuta para “reorientar o caminho” da vida: “É uma oração silenciosa que nos leva a esvaziarmo-nos de nós para que Deus possa entrar”.

A pausa para rezar “é sempre um lançamento e nunca um estancar”, dado que a oração remete o crente para uma “direção”, acrescentou.

Os católicos estão a “caminho de uma experiência de Igreja de minorias” e devem adaptar-se à “indiferença” que, segundo o religioso, talvez constitua “a perseguição maior”.

O encontro, que contou a presença de 40 pessoas, integrou-se numa iniciativa que os Carmelitas promovem até 2015 com o objetivo de divulgar os ensinamentos e a experiência dos santos da Ordem, refere o “Folha do Domingo”.

RJM

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR