Esperanças do Vaticano na viagem do cardeal Kasper a Moscovo

Responsável católico pelo diálogo com as Igrejas cristãs vai encontrar-se com o Patriarca Ortodoxo Alexis II. Espera-se que a iniciativa desanuvie o ambiente de tensão entre as duas Igrejas A Igreja Católica deposita grandes esperanças na visita do cardeal Walter Kasper à Rússia, que hoje se inicia. O presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos vai encontrar-se com o Patriarca Ortodoxo de Moscovo, Alexis II, e espera-se que a iniciativa desanuvie o ambiente de tensão entre as duas Igrejas “Levo esperanças e não expectativas, o importante é poder falar cara a cara”, foram as declarações proferidas pelo cardeal Kasper antes de partir. Da agenda da viagem, que se prolongará até ao dia 20, consta ainda um encontro com o Metropolita Kirill, responsável pelo Departamento de Relações Eclesiásticas com o exterior, do Patriarcado de Moscovo. A Santa Sé atribui grande importância e significado a essa viagem do Cardeal Kasper à Rússia, dado que o encontro do cardeal Kasper com Alexis II será o primeiro com um representante da Santa Sé, desde Outubro de 2002. O próprio cardeal Kasper deveria ter visitado Moscovo, há dois anos atrás, mas a visita foi cancelada aquando da decisão de João Paulo II de transformar em dioceses as administrações apostólicas já existentes na Rússia. O gesto foi considerado, pelo Patriarcado Ortodoxo, como um acto de proselitismo, cuja intenção era converter os fiéis ortodoxos ao catolicismo. As argumentações da Santa Sé, de que a decisão era voltada apenas à reorganização da Igreja Católica na Rússia foram em vão. Desde então, o clima já tenso entre ambas as Igrejas, só piorou. Mesmo durante a semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, o Patriarca Alexis II atirava-se ao Vaticano, acusando-o de “não cumprir a promessa de não converter os Ortodoxos” – a já tradicional acusação de proselitismo católico – e lembrando que “a Rússia e outros países da Comunidade de Estados Independentes têm assistido ao crescimento da actividade de ordens missionárias católicas, no seio de uma população que pertence à tradição Ortodoxa.” “Não há nenhuma evolução positiva, nem mesmo com os greco-católicos na Ucrânia, onde a minoria Ortodoxa é perseguida”, referia, em entrevista, o Patriarca de Moscovo.

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