Um bispo que se tem batido por três indonésios à espera da pena de morte, afirmou que uma prorrogação de última hora dá uma nova esperança de que a justiça prevaleça em seu favor. Os três católicos que foram acusados dos actos de violência cometidos no ano 2000, no auge do conflito entre Muçulmanos e Cristãos na Indonésia, foram condenados à pena de morte no Sábado passado (12 de Agosto), mas foi-lhes concedido um adiamento da pena capital. Dirigindo-se à Ajuda à Igreja que Sofre no início da semana, o Rev. Jospeh Suwatan, de Manado, afirmou que a decisão de adiar a execução podia ser decisiva no resultado final do caso. A justiça para estes três católicos – Fabianus Tibo, 60, Dominggus da Silva, 39, e Marinus Riwu, 48 – foi obscurecida por relatórios de intimidação de extremistas, acusados de atitudes ameaçadoras fora do tribunal e ameaças de morte aos advogados de defesa. Foi-lhes então concedida uma prorrogação da execução até Domingo (20 de Agosto). A propósito da actual situação, o Bispo Suwatan disse: “Ainda estamos à procura de formas para assegurar [que a execução] seja adiada indefinidamente,” e acrescentou “Estamos ansiosos por que isso aconteça.” Salientou que após o julgamento, surgiram novos indícios que proporcionavam um álibi a pelo menos um dos acusados. “As novas provas por parte de uma testemunha demonstraram que era impossível que [pelo menos um deles] tivesse cometido o crime,” afirmou. “Estamos a tentar integrar este novo dado nos procedimentos legais a fim de que se possa fazer justiça,” afirmou o bispo. “Não devemos apenas cingir-nos às formalidades. Devemos ver as provas e agir com base nelas.” “Estamos a pedir um adiamento por um período de tempo que permita que se desenvolvam investigações.” disse o bispo. O bispo afirmou que era impossível calcular o impacto de apelos abrangentes feitos em favor dos acusados, muito particularmente uma carta escrita ao Presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, pelo Papa Bento XVI. Revelou também a forma como as manifestações feitas em favor dos acusados aconteceram em toda a ilha Sulawesi e também na capital indonésia, Jacarta. “As pessoas dizem: ‘A vida está nas mãos de Deus e o homem não tem o direito de interferir'”, afirmou o Bispo Suwatan, que tinha apresentado um pedido de clemência, que foi colocado em sites na Internet e muito divulgado em jornais. Manifestou também a sua vontade de continuar a aguentar a pressão a fim de assegurar a justiça para os três homens. A Igreja tem desempenhado um papel importante no reatar das relações após os confrontos entre cristãos e muçulmanos na Indonésia. Muitas dioceses iniciaram fóruns de diálogo inter-religiosos e grupos de acção social que permitem iniciativas muçulmanas e cristãs para tratar de assuntos como a educação e a habitação. Em Manado, há encontros de grupos de jovens inter-religiosos e na diocese de Ambon, na Indonésia oriental, a Igreja trabalhou intensamente para a paz entre Muçulmanos e Protestantes. Mas em todo o país permanece a ameaça por parte de grupos militantes. Departamento de Informação – Fundação Ajuda à Igreja que Sofre