O Cardeal boliviano D. Júlio Sandoval disse à Fundação “Ajuda à Igreja que Sofre” que a missão da Igreja num dos mais pobres países da América Latina tem sido transmitir a esperança nos valores do Evangelho e procurar consciencializar os políticos, os grupos económicos e a comunidade internacional para ajudar a combater a pobreza dilacerante que afecta a grande maioria da população local. O crescimento económico na Bolívia não tem acompanhado o crescimento demográfico nos últimos 5 anos. “Se não houver uma solução económica que possa dar resposta aos problemas sociais, estes podem arrastar-se por muitos anos”, refere D. Júlio Sandoval, Arcebispo de Santa Cruz de la Sierra e também presidente da Conferência Episcopal da Bolívia. “Há necessidade de despertar uma consciência de solidariedade de outros países em relação à Bolívia e, sobretudo, das instituições financeiras mundiais”, acrescentou o prelado. A promoção de uma consciência ética baseada nos valores do Evangelho junto dos políticos e dos grupos económicos bolivianos, com vista a alertar para o drama da pobreza e da injustiça social, tem sido um dos objectivos eleitos pela Arquidiocese. D. Júlio Sandoval congratulou-se com a grande credibilidade que a Igreja goza junto do povo boliviano. Uma credibilidade que a Igreja da Bolívia tem procurado utilizar para solucionar os muitos conflitos sociais, num país onde se multiplicam as manifestações e as greves. Actualmente, cerca de 400 seminaristas estão em formação e tem-se vindo a assistir a um crescimento vocacional naquele país. Na opinião do Arcebispo de Santa Cruz de la Sierra, este crescimento das vocações exige uma formação muito mais sólida e uma maior preocupação com a pastoral vocacional, de forma a que os futuros sacerdotes possam dar resposta aos novos desafios colocados pela sociedade. O prelado considera que a formação dos próprios formadores nos seminários e escolas católicas deverá ser eleita também como prioridade. De forma a auxiliar a Igreja boliviana que depende muito do auxílio exterior, a Ajuda à Igreja que Sofre irá contribuir este ano com 500 mil Euros para apoiar projectos pastorais, onde se destaca a construção de um seminário na cidade mais pobre da América Latina, El Alto, bem como suportar os custos de aquisição da Bíblia em língua Quechua para algumas dioceses.