O espectro da fome está a ameaçar metade da população do Zimbabwe, apesar de o governo de Mugabe assegurar que espera uma colheita de mais de 2.400.000 toneladas, suficiente, segundo autoridades, para satisfazer as necessidades da população local. O alerta vem do arcebispo católico de Bulawayo, segunda cidade do país, para quem estas posições governamentais “são falsidades que estão a levar à fome metade da nossa população”. D. Pius Ncube refere que “o povo não tem comida”, explicando que a população afirma que só terá comida até finais de Agosto. O presidente Robert Mugabe afirma que não são necessárias ajudas alimentares procedentes do exterior, como as que no ano passado ajudaram mais de 6 milhões de cidadãos do Zimbabwe (num total de 12 milhões de habitantes). A oposição e os especialistas independentes temem uma catástrofe humanitária se não se aceitarem as ajudas internacionais. A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) alertou que este país da África austral terá um déficit de 325.000 toneladas de cereais. Os especialistas da FAO afirmam que a colheita de 2004 será só de um milhão de toneladas, criando assim um grave déficit alimentar. Chuvas insuficientes, falta de sementes de qualidade e reforma agrária mal administrada estão entre as causas desta situação, segundo o organismo.