O italiano Ettore Gotti Tedeschi, banqueiro e professor de economia na Universidade Católica de Milão, defendeu em entrevista ao "Corriere della será" a indicação do nome de Bento XVI para o Nobel de Economia.
Segundo Gotti Tedeschi, o mérito do Papa foi o de escrever claramente na encíclica Caritas in veritate que a crise económica é filha da queda da natalidade.
Na entrevista, o banqueiro, que é também comentarista do jornal do Vaticano, "L'Osservatore Romano", explica que "o insuficiente crescimento económico deve-se à queda da natalidade nos países desenvolvidos (ainda que de modo diferente nos Estados Unidos e na Europa)".
A queda dos nascimentos levou ao crescimento dos custos fixos, como os impostos, e a diminuição da economia e dos activos financeiros, mas – afirma Gotti Tedeschi – "muitos analistas preferiram não aprofundar a causa ‘original' da crise".
"É um tema conotado como ‘moral' – precisa -, e portanto não científico, quase estúpido, para fanáticos religiosos".
Neste contexto, Gotti Tedeschi destaca que o Papa "foi o único que pôs em relação crise e queda da natalidade", e precisamente por isto "merece o Nobel de Economia".