Conclave 2025: Cardeais encerram preparativos, a caminho da eleição do Papa (c/fotos e vídeo)

Espaços no Vaticano vão estar sujeitos a vigilância e regras de sigilo

Cidade do Vaticano, 06 mai 2025 (Ecclesia) – Os cardeais presentes no Vaticano encerraram hoje as reuniões preparatórias para o Conclave, que se inicia esta quarta-feira, apontando à continuidade das reformas do último pontificado.

“Entre os principais temas que surgiram, foi reiterada a consciência de que muitas das reformas promovidas pelo Papa Francisco precisam de ser levadas adiante: a luta contra os abusos, a transparência económica, a reorganização da Cúria, a sinodalidade, o compromisso pela paz e o cuidado da criação. A responsabilidade da Igreja nestas áreas é sentida de forma profunda e partilhada”, refere uma nota enviada aos jornalistas, após a 12ª e última reunião (congregação) geral, que decorreu esta manhã, com a presença de mais de 170 participantes.

A sala de imprensa da Santa Sé assinala que, das 26 intervenções de hoje, saiu a proposta de um “Papa pastor, mestre de humanidade, capaz de encarnar o rosto de uma Igreja samaritana, próxima das necessidades e das feridas da humanidade”.

“Em tempos marcados por guerras, violência e fortes polarizações, sente-se fortemente a necessidade de uma orientação espiritual que ofereça misericórdia, sinodalidade e esperança”, acrescenta a nota.

Os cardeais aprovaram hoje uma declaração conjunta sobre o agravamento dos conflitos internacionais, apelando ao respeito pelas populações.

Algumas intervenções abordaram “questões de natureza canónica, refletindo sobre o poder do Papa”, bem como o “tema das divisões dentro da Igreja e da sociedade e a forma como os cardeais são hoje chamados a exercer o seu papel em relação ao Papado”.

As perseguições religiosas e a celebração comum da Páscoa foram outros temas em cima da mesa, na véspera do Conclave.

Durante a reunião desta manhã, procedeu-se também à inutilização do Anel do Pescador e do Selo de Chumbo, símbolos do pontificado de Francisco, falecido a 21 de abril.

Esta segunda-feira, todos os funcionários e pessoal do Vaticano que vão auxiliar os cardeais, durante o Conclave, prestaram juramento de sigilo na Capela Paulina, do Palácio Apostólico.

A obrigação de segredo sobre o que acontece no Conclave alarga-se, além dos cardeais, a cerca de uma centena de pessoas, como motoristas, cozinheiros, floristas, pessoal da limpeza ou guardas suíços, entre outros.

Segundo o Vaticano, há forças de segurança ao longo do percurso que os cardeais percorrem desde Santa Marta até à Capela Sistina, a pé ou de autocarro.

Devido ao sigilo obrigatório no processo de eleição, os cardeais são convidados a deixar os telemóveis em Santa Marta, onde as comunicações com o exterior estão interrompidas, o mesmo acontecendo na Capela Sistina.

A Presidência do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano comunicou que, a partir das 15h00 (menos uma em Lisboa) do dia 7 de maio, “todas as instalações de transmissão de sinal de telecomunicações para telemóveis, presentes no território do Estado da Cidade do Vaticano, excluindo a área de Castel Gandolfo, serão desativadas”, para garantir o isolamento dos cardeais durante o Conclave.

O sinal será restabelecido após o anúncio da eleição do próximo Papa, na varanda central da Basílica de São Pedro.

A partir desta tarde, os cardeais começam a ocupar os seus quartos nas casas de Santa Marta e Santa Marta Vecchia, edifícios adjacentes, após o sorteio para a atribuição dos quartos.

A Missa pela eleição do Papa (pro eligendo Romano Pontifice) vai ser presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, D. Giovanni Battista Re, às 10h00 de quarta-feira, na Basílica de São Pedro; já a cerimónia de entrada no Conclave e o juramento para a eleição do Papa vão decorrer às 16h30 locais (15h30 em Lisboa).

OC

Vaticano: O Conclave, passo a passo (c/vídeo)

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