Espanha: Milhares nas ruas pelo «direito a viver»

Dezenas de milhares de pessoas participam este Domingo, em Madrid, numa manifestação pública contra a proposta reforma da lei do aborto em Espanha. Sob o lema “Vida sim, aborto não”, decorreram várias outras manifestações em cerca de 50 cidades e vilas espanholas. No protesto de Madrid os manifestantes, entre eles muitas famílias com filhos, apresentavam uma faixa com a frase “Não existe o direito a matar, existe o direito a viver” e por responsáveis de várias organizações participantes. Além das manifestações e de outras acções de informação, a Conferência Episcopal Espanhola lançou uma campanha com cartazes em mais de 30 cidades, nos quais se apresentam um bebé e um lince ibérico, espécie protegida, com uma pergunta “E eu?”. Para os Bispos, as alterações legislativas em estudo no país “darão lugar, se aprovadas, a uma situação em que aqueles que vão nascer ficarão ainda mais desprotegidos do que com a actual legislação”. A polémica começou depois de o comité de especialistas nomeado pelo Governo espanhol para assessorar a modificação da lei de interrupção voluntária da gravidez ter apresentado o seu relatório que propõe, entre outros aspectos, que o aborto seja livre até às 14 semanas. Esse prazo deve ser ampliado até às 22 se estiver em perigo a saúde da mãe ou o feto tiver graves anomalias. Actualmente o Código Penal vigente admite aborto em três casos: se houver risco para a saúde da mulher, se houver uma presunção de malformações físicas do feto ou se a gravidez for consequência de uma violação. Fora destes casos, prevê penas de prisão aos médicos que pratiquem abortos e às mulheres que se submetam a este tipo de intervenções. No “Manifesto pela vida” lido nas várias manifestações de Domingo, referia-se que “o aborto implica a morte violenta de um ser humano e um drama terrível para a mulher que o sofre”. O texto acusa o governo de “pretender aprovar uma lei do aborto livre que deixa completamente desprotegido o não-nascido e abandona a mulher perante os seus problemas, empurrando-a para o aborto”. Falando num milhão de abortos em Espanha, os manifestantes afirmaram que as mudanças legislativas poderiam fazer duplicar esse número, trazendo apenas “mais mortes e sofrimento para milhares de mulheres”. Redacção/Lusa

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