Espanha: milhares manifestaram-se contra o aborto

Milhares de espanhóis juntaram-se este Sábado, nas ruas de Madrid, para se manifestarem contra a lei do aborto que o governo de Zapatero quer ver aprovada.

O projecto-lei prevê o aborto livre até às 14 semanas, a ampliação do prazo para 22 semanas se houver perigo da mãe ou o feto tiver anomalias e a permissão do aborto por jovens entre os 16 e 18 anos sem consentimento parterno.

Na marcha no centro de Madrid contra a lei do aborto eram visíveis cartazes a favor da mulher, da maternidade e da vida. «Vida sim», «Apoiar as mulheres grávidas», «Defender a vida» foram algumas das palavras de ordem que se ouviram nas ruas madrilenas que juntaram diferentes gerações.

Os organizadores da marcha não aceitaram o apoio de partidos políticos nem de grupos religiosos, apesar de a manifestação ter contando com vários representantes políticos. Responderam ao repto mais de 300 organizações, juntando nas ruas cerca de um milhão de pessoas, segundo a comunidade de Madrid, dois milhões, segundo os organizadores.

Alguns manifestantes fizeram um percurso de autocarro de cinco horas para participar nesta marcha. No final da manifestação 600 autocarros saíram de Madrid, segundo informação da comunicação social espanhola.

Benigno Blanco, presidente do Fórum espanhol da família afirmou, no final da manifestação, que “o direito à vida é demasiado, têm de o proteger. Uma sociedade sã e humana não pode conviver com uma lei permissiva do aborto nem com a actual, nem com a anunciada nem com nenhuma”.

No final da marcha, a segunda este ano contra o aborto e a mais numerosa, foi lido um texto que acusou o governo de José Luís Zapatero de pretender “desproteger totalmente o filho não nascido”.

“Com a nova lei, privar-se-á a mulher do seu direito à maternidade, não se fará nada para evitar abortos e aumentará quantitativamente o imenso fracasso que é sempre um aborto provocado”, refere o manifesto.

Segundo o documento, a regulamentação servirá para “despenalizar totalmente [o aborto] e reconhecê-lo como um direito”. Além disso, “pretende impor com cariz obrigatório em todos os serviços e centros sanitários e educativos a ideologia de género e a sua visão da sexualidade da pessoa”.

Além da retirada imediata do projecto-lei, os manifestantes querem a promoção de uma rede solidária de apoio a mulheres grávidas, a “potenciação e agilização da adopção nacional” e a criação de modelos jurídicos que “protejam sempre o não nascido como qualquer outro ser humano”.

Promover uma pedagogia de “cultura da vida” e proteger o direito à maternidade são outras das exigências do manifesto enviado ao governo espanhol.

Também em Portugal, cerca de 30 pessoas concentraram-se junto à Embaixada de Espanha, em Lisboa, para apoiar a manifestação espanhola anti-aborto e lembrar que a “causa da vida” não esmoreceu em Portugal, onde ocorrem “muitas transgressões” à lei nacional do aborto.

Redacção/com Lusa

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