Escutismo: Presidente do Comité Mundial elogia «atualidade» e «frontalidade» da nova encíclica

João Armando Gonçalves diz que Francisco mostra Igreja atenta aos problemas da humanidade

Lisboa, 22 jun 2015 (Ecclesia) – O presidente do Comité Mundial do Escutismo destacou a “atualidade, frontalidade” e o apelo à “mobilização” que considera essenciais na nova encíclica ‘Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum’, do Papa Francisco.

Num artigo de opinião escrito para a Agência ECCLESIA, o português João Armando Gonçalves considera que sendo a Igreja “tantas vezes” associada a ideias conservadoras ou anacrónicas o Papa dá um “sinal claro” de como a Igreja está, “ou deve estar”, atenta aos problemas que afetam “as pessoas comuns e a humanidade em geral, nos dias de hoje”.

“A importância da Natureza enquanto dádiva que nos é confiada está longe de ser um novo tema no Cristianismo e só por desconhecimento se pode estranhar que ela seja objeto de uma encíclica papal”, destaca o responsável.

Neste contexto, o presidente do Comité Mundial observa que para o Escutismo o ambiente e a natureza desempenham um “papel central” na sua proposta educativa, uma vez que representa o “cenário privilegiado” para “desafios pessoais que fazem crescer os jovens” bem como para a “descoberta do próprio Deus revelado nas maravilhas que encerra”.

Para João Armando Gonçalves, o segundo aspeto que retira da leitura da encíclica ‘Laudato Si’ e que “impressiona” é a “frontalidade” de Francisco.

“Não hesita em questionar os modelos sociais e económicos em que vivemos e alguns dos seus protagonistas maiores”, e explica que o Papa defende quem vive em “condições mais desfavoráveis” e em zonas do globo mais afetadas pelas consequências “nefastas” de um modelo económico que “tende a esgotar os recursos naturais”.

O primeiro português na posição mais importante do escutismo mundial revela que a organização, nos últimos 20 anos, tem “aumentado significativamente” o enfoque nos assuntos ambientais desde os conteúdos da atividade educativa, em projetos concretos – “plantando árvores, preservando cursos de água, participando em limpeza de praias” – e na resposta às “necessidades de comunidades afetadas por severos desastres naturais”.

Por fim, o presidente do Comité Mundial do Escutismo destaca o apelo à mobilização global da encíclica ‘Laudato Si’ que começa pela comunidade internacional até “cada ser humano”, algo que converge para a abordagem escutista ao “acreditar que ‘cada um pode fazer a diferença’”.

“Francisco não se limita a elencar problemas – apoiando-se no sólido conhecimento científico entretanto produzido – mas exorta todos a uma mudança de atitude e de comportamento”, escreve João Armando Gonçalves.

CB/OC

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