Escutismo enfrenta desafios globais

Responsáveis nacionais e internacionais falam dos valores e propostas que congregam 30 milhões de membros em 161 países e territórios

Lisboa, 24 jul 2012 (Ecclesia) – João Armando Gonçalves, primeiro dirigente português a integrar a liderança do Comité Mundial do Escutismo, defende que o movimento tem de saber adaptar-se às mudanças globais, em declarações hoje publicadas no Semanário Agência ECCLESIA.

“Apesar de haver alguns elementos que são mais identificativos daquilo que é o movimento, há sempre espaço para que o Escutismo possa ser ajustado às necessidades que vão ocorrendo por este mundo fora, a nível nacional, às vezes mesmo a nível local”, assinala o responsável português que integra o órgão executivo da Organização Mundial do Movimento Escutista (OMME) desde janeiro de 2011.

A preocupação é partilhada por Carlos Alberto Lopes Pereira, chefe nacional do CNE (Corpo Nacional de Escutas), para quem “a transição para o século XXI fez emergir novos problemas e desafios”, como “o fenómeno da globalização” ou “o mercantilismo crescente”, entre outros.

“Um elemento chave deste movimento, criado por Baden-Powell, e que muito contribuiu para a sua universalização, é a simplicidade”, acrescenta, em texto publicado na mais recente edição do semanário, cujo dossier é dedicado ao Escutismo.

João Armando Gonçalves destaca, por sua vez, a capacidade de “adaptabilidade às condições locais” que tem permitido que o movimento escutista “continue a ter o sucesso que tem, com mais de 30 milhões de membros em 161 países e territórios, à escala global”.

“O Escutismo continua a responder à sede que os jovens têm de aventura, de encontrar outras pessoas, de se sentirem úteis e importantes”, acrescenta.

O membro do Comité Mundial assinala ainda que “cada vez mais pessoas vivem nas cidades e há todo um estilo de vida urbano ao qual o movimento se tem de adaptar”, também em Portugal, onde o Escutismo “tem uma importância muito grande e corresponde totalmente ao perfil educativo e de marcar a vida das pessoas”.

O chefe Carlos Alberto Lopes Pereira escreve, a este respeito, que “o Escutismo é, nos dias de hoje, o maior movimento de juventude e de educação não formal em Portugal e no mundo”, combinando a dimensão “pessoal”, “social”, “ambiental” e “espiritual”.

Pedro Duarte Silva, secretário nacional pedagógico do CNE, assina um texto no qual aponta que a missão do movimento é “contribuir para a educação integral de crianças e jovens dos 6 aos 22 anos, segundo o método escutista criado por Baden-Powell e à luz do Evangelho”.

Territorialmente, o CNE encontra-se implantado em cerca de 1100 agrupamentos locais, nas 20 regiões (dioceses católicas) do país.

Em cada agrupamento funcionam, regra geral, quatro unidades, cada qual respeitando a uma faixa etária concreta: lobitos (6 aos 10 anos), exploradores/moços (10 aos 14 anos), pioneiros/marinheiros (14 aos 18 anos) e caminheiros/companheiros (18 aos 22 anos).

“No Escutismo, tudo tem um sentido – um jogo que se joga, um nó ou uma técnica que se aprende, uma caminhada que se percorre, um acampamento ou uma ação de serviço -, tudo são oportunidades educativas, onde as crianças e jovens, na sua interação entre pares, acompanhados por adultos, protagonizam o seu próprio desenvolvimento pessoal”, refere Pedro Duarte Silva.

OC

Partilhar:
Scroll to Top
Agência ECCLESIA

GRÁTIS
BAIXAR