Escutismo: Aldeia de Drave, em Arouca, ganha Biblioteca de Troca de Livros com a transformação do último espigueiro

Corpo Nacional de Escutas assinala que esta é uma «oportunidade de reforçar o conhecimento dos jovens sobre os principais temas da Cidadania Global»

Foto: Corpo Nacional de Escutas

Lisboa, 21 out 2025 (Ecclesia) – A aldeia escutista de Drave, localizada no coração do Geoparque de Arouca, ganhou um novo espaço de cultura e partilha, anunciou esta segunda-feira o Corpo Nacional de Escutas (CNE).

Segundo informa o comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o último espigueiro daquele lugar “foi reconstruído e transformado numa Biblioteca de Troca de Livros, ao serviço dos escuteiros e de todos os visitantes”.

É uma oportunidade de reforçar o conhecimento dos jovens sobre os principais temas da Cidadania Global e garantir uma mobilização transformadora que dê resposta aos principais desafios que hoje enfrentamos, alicerçada na justiça social, na solidariedade e nos direitos humanos”, pode ler-se.

A iniciativa teve o apoio do Departamento Nacional do Ambiente do CNE e integrou-se na iniciativa “Jovens 2030 – Educação para o Desenvolvimento e a Cidadania Global”, promovida em Portugal pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF), cofinanciada pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, I.P. e pela União Europeia (Programa DEAR).

O CNE explica que “o espigueiro representava em Drave mais do que um armazém de milho — era lugar de encontros, conversas e memórias para gerações de escuteiros”, acrescentando que, “face ao desgaste da estrutura”, decidiu “não esperar pela sua queda, mas reerguê-lo com dignidade e propósito”.

“O processo de reconstrução foi conduzido com rigor técnico e profundo respeito pelo património arquitetónico: cada pedra e trave foi cuidadosamente desmontada, tratada e recolocada”, assinala.

O comunicado dá conta que “mantiveram-se as linhas típicas do espigueiro minhoto, enquanto o interior foi adaptado para acolher estantes de madeira que recebem os livros desta nova biblioteca comunitária”.

“Neste sentido, o espigueiro foi reconstruído pelos jovens como espaço aberto a todos os jovens e menos jovens”, assinala.

Levar a Educação para o Desenvolvimento e a Cidadania Global a territórios mais rurais é essencial para garantir que todos os jovens tenham acesso às ferramentas e valores necessários para compreender e transformar o mundo que os rodeia”, afirmam Isabel Castanheira e Mónica Santos Silva, do IMVF.

“O espigueiro de Drave é um símbolo dessa missão — um espaço que une tradição, conhecimento e partilha, e que inspira à ação crítica e transformadora”, acrescenta.

O Corpo Nacional de Escutas destaca que, “antes, o espigueiro guardava alimento para o corpo” e que, “hoje, guarda alimento para a mente e para o espírito”, sublinhando que “é um espaço de partilha, contemplação e cultura, que honra a tradição ao mesmo tempo que aponta ao futuro”.

Apesar de desabitada, a aldeia de Drave vive através do seu Centro Escutista Nacional (Drave Rover Scout Centre), sendo “já uma referência internacional”, indica.

Integrada nas redes SCENES (Scout Centres of Excellence for Nature and Environment) e Goose Network, continua a ser um espaço único para os jovens Rovers e para todos os que procuram contacto com a natureza, espiritualidade e cidadania ativa.

A iniciativa “Jovens 2030”, na qual o projeto se inclui, está a sensibilizar, capacitar e mobilizar jovens, especialmente em zonas rurais e de baixa densidade populacional, para os valores, princípios e práticas da cidadania global, da sustentabilidade e da solidariedade internacional.

“Através deste projeto promovem-se espaços de aprendizagem, reflexão e ação, incentivando os jovens a assumirem um papel ativo na construção de comunidades mais justas, inclusivas e sustentáveis, em linha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, informa o CNE.

Por sua vez, o IMVF é uma Fundação para o Desenvolvimento e a Cooperação, que iniciou atividade como ONGD (Organização Não Governamental para o Desenvolvimento) há mais de 30 anos, em São Tomé e Príncipe.

LJ/OC

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