Escravas do Sagrado Coração de Jesus

75 anos em Portugal

A Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus nasceu em finais do século XIX.

Apesar de ter nascido em Espanha, mais concretamente em Pedro Abad, uma aldeia perto de Córdova, a intenção das suas fundadoras, Dolores e Rafaela Maria, foi criar um Instituto “universal como a Igreja”, com uma missão particular: reparar o Coração de Jesus, com uma vida centrada na Eucaristia, através da sua celebração e adoração. Em qualquer sítio onde sejamos enviadas, move-nos o desejo de “pôr Cristo à adoração dos povos”.

O serviço do Reino expressa-se fundamentalmente pela educação evangelizadora, em colégios, nas paróquias, em escolas e bairros, em residências universitárias e em casas de oração.  

Hoje existem cerca de 1159 Escravas, espalhadas por 131 comunidades, em 24 países. De Dolores e de Sta. Rafaela Maria recebemos a “herança” de uma forma de olhar para o mundo com esperança e misericórdia, descobrindo nele as faltas de Vida, as necessidades de reparação, as “feridas” que pedem o amor do Coração manso e humilde de Jesus.

Em Portugal

A situação política em Espanha, a partir de 1931, caracterizou-se por fortes movimentos anti-clericais, com crescentes dificuldades para a Vida Religiosa. Por esta razão, a Congregação das Escravas deslocou temporariamente várias comunidades e colégios espanhóis para Portugal, entre 1933/1940, em busca de refúgio político.

Em 1934-35, a situação no país vizinho estabilizou um pouco e os colégios espanhóis foram regressando aos seus locais de origem. No entanto, a pedido do Patriarca de Lisboa, a Congregação acabou por ficar, e começa a contar‑se a partir daí a “fundação realmente portuguesa”.

Neste momento, as Escravas do S. Coração de Jesus têm em Portugal 5 comunidades: 1em Lisboa, 2 no Porto, 1 em Palmela e outra na Fonte da Prata (Alhos Vedros).  Com idades compreendidas entre os 24 e os 96 anos, de nacionalidades portuguesa e espanhola, pertencem à Província Portuguesa 44 irmãs, das quais 10 se encontram neste momento fora do país (6 em formação e 4 em missão noutros países). O postulantado de Palmela conta actualmente com 3 postulantes.

Casas e Obras

Em Lisboa, a Congregação tem um Colégio misto, dos 3 anos até ao 6º ano de Escolaridade, com cerca de 200 alunos. O Colégio do Porto conta com quase 600 alunos (rapazes e raparigas), dos 3 aos 15 anos (até ao 9º ano de escolaridade).

Desde que se fazem os exames nacionais de Português e de Matemática do 9º ano, o Colégio do Porto tem tido a honra de ficar sempre nos lugares cimeiros, tendo ocupado até a primeira posição no ranking de 2010.

Também no Porto, no mesmo edifício do colégio, existe, desde 1997, uma outra comunidade onde vivem as irmãs doentes ou mais idosas, que continuam a colaborar na missão do Instituto com a sua oração e entrega da vida.

Em Palmela, as Escravas possuem uma Casa de Oração com o nome de Sta. Rafaela Maria. É um Centro de Espiritualidade que tem por missão favorecer o encontro e a reconciliação das pessoas consigo próprias, com os outros e com Deus. Com as suas capelas e oratórios, e com os espaços verdes que circundam a casa, pretende criar um ambiente de paz e beleza, silêncio e simplicidade que permita o recolhimento e a oração em profundidade. A Casa tem um programa de actividades próprio e acolhe grupos já organizados que pretendem requisitar os espaços e serviços para a realização dos seus encontros ou retiros, privilegiando os Exercícios Espirituais segundo a metodologia proposta por Santo Inácio.

Como resposta a uma opção preferencial pelos mais pobres, em 1992 foi fundada uma comunidade no bairro social da Fonte da Prata, perto de Alhos Vedros. Este bairro deu acolhimento a muita gente vinda dos países africanos de expressão portuguesa, e a famílias do Norte, Sul e Interior do país que vinham para a zona industrial do Barreiro, Setúbal e Lisboa em busca de trabalho e de melhores condições de vida.

Desde 2004, a Congregação dinamiza aí um projecto de prevenção ao abandono escolar – Projecto TASSE – que resulta da candidatura ao Programa Escolhas. Neste projecto de educação não-formal, do mesmo modo que nos Colégios de Lisboa e do Porto, procura‑se levar à prática o modo de educação evangelizadora, integral, que é próprio das Escravas desde os seus inícios: a Pedagogia do Coração, aliando a firmeza e a ternura para contribuir para o desenvolvimento integral do ser humano.

Desde 2007, em parceria com o Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural e a Câmara Municipal da Moita, funciona um Centro Local de Apoio à Integração de Imigrantes (CLAII). Pelos serviços de atendimento, consulta e encaminhamento institucional em diversas áreas, promove a integração e promoção da população imigrante aí residente.

Para além das casas e obras próprias, as Escravas em Portugal colaboram com muitos outros: leigos, dioceses e outras congregações religiosas num serviço de comunhão que lhe é característico. Pelo trabalho pastoral em grupos de catequese, de jovens e de adultos, na orientação de Exercícios Espirituais e outros retiros, na assistência espiritual a movimentos e no acompanhamento individual de tantas pessoas que as procuram, vão fazendo vida a missão que receberam, de ajudar cada um a encontrar o seu lugar na Igreja e no Mundo, comprometendo-se plenamente com Cristo.

75 anos em Portugal

Este ano, a Congregação está em festa: os 75 anos de presença em Portugal são ocasião para contemplar as maravilhas que Deus fez e continua a fazer connosco.

Celebrar o passado ajuda a pensar o futuro. Por isso, recordar o amor e a entrega, a dedicação e o serviço, de quem nos precedeu, motivam a olhar para a frente com renovada esperança, a agarrar a vida com ambas as mãos e a querer dar tudo em cada gesto e em cada passo.

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Agência ECCLESIA

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