Iniciativas do departamento de EMRC para este Natal vão ao encontro da crise e do «empobrecimento cultural e espiritual» daquela quadra
Lisboa, 26 out 2011 (Ecclesia) – O departamento nacional de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) quer realizar uma “campanha de partilha de bens essenciais” em todas as escolas do país, durante a época de Natal, para ajudar “as famílias mais carenciadas”.
O projeto, descrito no site oficial do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), baseia-se num plano de atividades que este ano olha com especial atenção para a família, enquanto centro privilegiado de “transmissão e educação na fé” e porto de abrigo, simbolizado através de um “guarda-chuva”.
De acordo com os responsáveis de EMRC, o objetivo passa por construir um “guarda-chuva gigante, invertido, onde fossem lançados os bens partilhados”.
Mesmo que esta ajuda represente apenas “uma gota no meio de um oceano, sem ela o oceano será menor”, realçam os membros do departamento do SNEC, citando Madre Teresa de Calcutá.
A disciplina de Moral quer ainda promover a atenção a outros “guarda-chuvas esquecidos”, como os idosos e sem-abrigo.
Os professores estão a avaliar a possibilidade de realizar, nos espaços próprios da escola ou em colaboração com uma instituição de solidariedade social, uma festa em honra dos mais velhos.
“Ter em casa, à porta, ou na família, um idoso, é uma graça que nem sempre sabemos apreciar”, apontam aqueles responsáveis, acrescentando que o Natal não é apenas uma “festa das crianças”.
No que diz respeito aos sem-abrigo, poderá “organizar-se alguma campanha de ajuda” destinada a pessoas naquela situação “ou a instituições vocacionadas para o seu acompanhamento”.
Para além da crise económica e social que o país atravessa, o departamento de EMRC não esquece a situação de “grande empobrecimento cultural e espiritual” que tem transformado o Natal numa época de “compras e prendas”.
Nesse sentido, vai apostar em iniciativas, junto dos mais novos, que voltem a “contar a história do menino nascido em Belém há 2000 anos”.
“Se nós já não sabemos contar a história, haverá doces, sorrisos e pais natais nos hipermercados, mas o milagre não acontecerá. E Natal sem milagre, que Natal é?”, questionam os docentes.
JCP