«Escola e Autocuidado Fundamentos e Práticas para Humanizar a Educação com base no Eneagrama», é o mais recente livro do investigador
Lisboa, 02 set 2024 (Ecclesia) – O professor e investigador Jacinto Jardim apresenta a escola como “o barco da felicidade”, no contexto do início do ano letivo 2024/2025, onde estão os professores, os “arquitetos do futuro”, que formam “mentes e corações” de homens e mulheres.
“O ambiente que nos acolhe logo no início deste ano letivo, gostava de usar uma imagem, o ‘barco da felicidade’. A escola é, exatamente, este barco onde entramos e estamos todos lá dentro, toda a sociedade, nesta viagem, neste barco da felicidade. Mais como sonho, naturalmente, porque este é o desígnio da aprendizagem, este é o projeto, o sonho de uma humanidade que vive feliz aprendendo”, disse Jacinto Jardim, esta segunda-feira, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O professor e investigador explica que nesse ‘barco da felicidade’ existem os arquitetos que estão a trabalhar, “que estão a esculpir, a pintar”, os professores, que são esses “arquitetos do futuro”, pelo papel extraordinário que têm “na formação de mentes, na formação de corações, na formação de homens e de mulheres do futuro, de líderes, de políticos, de empresários”.
Jacinto Jardim, autor do livro ‘Escola e Autocuidado Fundamentos e Práticas para Humanizar a Educação com base no Eneagrama’, lembra que a educação, “nestes últimos anos, tem estado em situações difíceis”, e, perante esse ‘barco da felicidade’, existem outros barcos que “começam a entrar em tempestades”.
“Porque não quisemos alavancar a própria educação com aquilo que tinha a capacidade de transformar a situação, os próprios professores. E então, uma vez que os professores estão cansados, muitos professores estão esgotados, mesmo no final de férias ainda se notam alguns destes sinais, precisamos de fazer algo que seja diferente”, alertou o investigador.
Precisamos, sobretudo, de injetar nos professores um conjunto de ideias, de pensamentos, de emoções, um conjunto de sonhos, que façam com que eles possam recuperar aquilo que muitos têm na sua base, que é este desejo de ensinar, que é a vocação do ensino”
O professor Jacinto Jardim explica que o eneagrama, ferramenta que tem usado “desde o início deste século”, permite entender “aquilo que cada um tem de melhor, mas sem ficarmos no individualismo”, para ir depois para a complementariedade, porque quando se percebem as pessoas como “complementares, é uma riqueza extraordinária”.
O eneagrama, explica o docente, é uma ferramenta de autoconhecimento que “representa nove dimensões fundamentais do comportamento humano”, nove comportamentos que são a expressão de “nove grandes tendências de modos de pensar, modos de sentir, modos de descansar, modos de fazer, modos de se relacionar”, por isso, mais do que um ponto de chegada, é um ponto de partida”, e é preciso respeitar “o outro no seu modo de ser, de pensar, no seu modo de sonhar, no seu modo de atuar”.
Transpondo para o ambiente escolar, o investigador salienta que é preciso “entender bem todas estas diferenças”, dando como exemplo os professores que passam muito tempo juntos, “com personalidades completamente diferentes” mas, ao mesmo tempo, “todos unidos” pelo “fio da educação” e pela vontade de fazer com que “a escola seja bem-sucedida”.
Segundo o entrevistado, esta ferramenta pode ajudar a criar espaços escolares mais humanos, que é também a “ideia” do livro ‘Escola e Autocuidado Fundamentos e Práticas para Humanizar a Educação com base no Eneagrama’, onde estão os “fundamentos teóricos” que dizem que é possível desenvolver esse “autocuidado”.
“Efetivamente, a escola que temos de norte a sul do nosso país, e em muitas outras partes do mundo, estão a desumanizar professores. Temos muitas escolas que estão a desumanizar os nossos alunos”, alertou Jacinto Jardim, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2.
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