Esbater barreiras através da catequese

Centro de Reabilitação e Integração de Coruche quer dar mais possibilidades de inserção social, para as pessoas portadoras de deficiência

O Centro de Reabilitação e Integração de Coruche (CRIC) iniciou este ano um programa de catequese para todos quantos frequentam a instituição. Esta é uma das formas que a associação encontrou para contribuir para a integração de pessoas com deficiência na comunidade.

O projecto está a cargo do seu Centro de Actividades Ocupacionais (CAO), e envolveu cerca de 40 pessoas, entre utentes, voluntários, técnicos e catequistas, contando com a colaboração da paróquia local.

“Os nossos utentes já participavam em algumas celebrações da paróquia, por altura do Natal e da Páscoa e na missa de Acção de Graças, no nosso aniversário. Foi numa destas cerimónias que surgiu a ideia”, conta Ricardo Silva, membro da direcção do CRIC.

A iniciativa partiu de Isaura Dinis, catequista e voluntária do CRIC, que ao ver o entusiasmo que todos demonstravam, nos cânticos e na oração, resolveu propor à instituição a criação de um grupo de catequese para os utentes.

“Pedimos logo ao nosso prior, o padre Elias Serrano, que a catequese fosse feita com todos os jovens da paróquia, e não num programa à parte”, revela Ricardo Silva. No projecto colaboraram ainda mais duas catequistas, Lurdes Fernandes e Liliana Dinis.

A experiência culminou com uma cerimónia de entrega do “diploma do Pai-Nosso”, que teve lugar na Igreja da Misericórdia, em Coruche.

Criada em 1975, com o nome “Associação Crianças Inadaptadas de Coruche”, a CRIC nasceu de um projecto conjunto entre país de crianças e jovens portadores de deficiência, e técnicos de Educação Especial. Em 1997 passou a ser considerada como Instituição Particular de Solidariedade Social.

Em Abril de 1999, a associação adoptou o nome actual, porque quis alargar o âmbito da sua acção.

“Nós vimos que as necessidades mudaram, não passavam apenas pelo acompanhamento das pessoas com deficiência mas também fornecer-lhes soluções a nível social, económico, familiar. Foi por isso que procurámos variar o nosso leque de ofertas de serviço, aqui em Coruche”, recorda Ricardo Silva.

 Actualmente, o CRIC presta apoio a cerca de 70 jovens e adultos, com idades entre os 16 e os 65 anos, procurando assegurar-lhes diversas oportunidades de aprendizagem, que facilitem a sua integração na sociedade. Brevemente, a faixa etária vai incluir também crianças e adolescentes, entre os 6 e os 15 anos.

A instituição já assegurou um programa de emprego, junto da autarquia de Coruche, para que os seus utentes possam colaborar com os diversos serviços municipais. Outros exemplos de integração, para além da catequese, passam pelas actividades desportivas e recreativas, que são feitas na piscina e no pavilhão de Coruche.

“Não os queremos esconder dentro da associação, afastá-los das outras pessoas e começamos a ver os frutos desta nossa política”, refere Ricardo Silva, sublinhando que “tem havido uma mudança de atitude, por parte da comunidade, e as barreiras iniciais, o medo de comunicar, de contactar com as pessoas com deficiência, são barreiras que se estão a esbater”.

A pensar no futuro, a associação aprovou recentemente a construção de uma nova sede, que ofereça melhores condições de trabalho e possibilite a criação de mais valências para os utentes.

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