Equipa d’África parte para Moçambique

E sete ficam para integrar missões nacionais 25 jovens da Equipa d’África partem esta Terça-feira, ao final da tarde, para Moçambique. À sua espera estão três missões. Em Cabo Delgado, Inhambane e Niassa, os voluntários vão integrar as áreas da pastoral, da saúde e da educação. Há 10 anos que a Equipa d’África envia voluntários para Moçambique para, duarnte dois meses, ajudarem no desenvolvimento da população local e colaborarem na acção evangelizadora das paróquias e congregações. O trabalho com as paróquias e a animação de adultos, jovens e crianças é também essencial. Ontem, os jovens e os seus pais reuniram-se em Algés, na paróquia do Cristo Rei, pois o pároco acompanhou espiritualmente toda a formação que precedeu a partida, para uma missa de envio, onde a emoção tomou conta dos participantes. São precisos mais jovens Ilda Costa é mãe de Sofia e de Sara Nobre. Sofia Nobre partiu em missão em 2007 e este ano vai ficar em Portugal como responsável de um projecto nacional. Sara Nobre parte hoje para Moçambique. Orgulho é a palavra que melhor descreve o estado de espírito desta mãe. “Todos eles vão fazer um grande trabalho e por isso não cultivo sentimentos de medo pela ausência das minhas filhas”, explica à Agência ECCLESIA. Ilda Costa prefere sublinhar a disponibilidade dos jovens em ajudar quem precisa. “Mais jovens houvesse pois há muito trabalho para fazer, não só em África, mas em Portugal e pelo mundo fora. Mais jovens pudessem partilhar a sua generosidade em amor e ajuda ao próximo”, expressa sensibilizada por saber que “estes jovens vão fazer algo de muito rico”. Ilda Costa sabe que esta será uma experiência renovadora, tal como constatou na filha. “A Sofia regressou muito mais rica, mais humana e solidária, desapegada a coisas pequenas”, adianta. Também José Silva, pai de Nuno Silva de 21 anos, está entusiasmado com a partida do filho, que pela primeira vez vai para Moçambique. Ir pela Equipa d’Africa não é “pagar um bilhete e ir embora”, refere à Agência ECCLESIA. Os jovens têm obrigatoriamente formação e “fazem missão também em Portugal”. São jovens que “tentam dar-se” e querem saber como vai ser “do outro lado”. José Silva acompanhou a formação do filho, mas em todo este processo, prefere destacar que as missões são “muito diferentes da caridadezinha”. “Eles vão-se abrir perante os outros, vão conhecê-los e viver com eles, e isso é que é importante”. Em Portugal, José Silva reconhece que “não vivemos com quem está ao nosso lado”. Em contraste, “este é um acto de grande generosidade”. “Quando os jovens são acusados de não ter valores e fé, esta é uma prova da sua generosidade. Esta é também uma caminhada para eles próprios se encontrarem. Mais do que ajudar, os jovens vão ser ajudados”, valorizando que o estar longe da família “também é importante para perceberem as necessidades materiais e espirituais”. José Silva reconhece alguma surpresa quando o seu filho partilhou o desejo de fazer missão. “Foi uma descoberta muito agradável”, explica, reconhecendo que os pais têm de ajudar quando um filho demonstra uma atitude semelhante. Projectos nacionais 25 jovens partem esta tarde para Moçambique, mas outros sete vão ficar em Portugal em experiência nacionais de missão. A Equipa d’África não conseguiu angariar fundos monetários suficientes para enviar o número de voluntários que gostaria. Alguns ficarão. É o caso do Bobby Furtado, que aliado ao problema financeiro, tem ainda um calendário escolar apertado que não permite uma ausência de dois meses do país. Este jovem de 23 anos vai integrar um projecto com alunos da Casa Pia, dos 13 aos 17 anos, durante 15 dias. O seu desejo de fazer voluntariado já se manifestava, apesar de não pensar em voluntariado missionário. “Interessava-me poder ajudar, em Portugal ou fora, mas perceber outras realidades e abrir os horizontes”, explica Bobby Furtado à AgÊncia ECCLESIA. Apesar de não partir, este jovem vai hoje ao aeroporto despedir-se dos seus colegas. “O espírito que os une foi sendo construído”. As reuniões de formação, o trabalho de campo no Bairro 6 de Maio, a peregrinação a Fátima e retiro “foram passos que nos aproximaram”. Fica a promessa de para o ano ir para fora. Dez anos de missão A Equipa d’África completa 10 anos de missão. Miguel Jarimba, responsável pela entidade explica que “as pessoas em Moçambique já nos conhecem, sabem que todos os anos enviamos voluntários, e sabem que podem contar connosco para trabalhar”. Chegados a Moçambique, os voluntários são acolhidos por missionários, sacerdotes ou religiosas. Este ano “vamos trabalhar com os padres da Consolata”. Há dois anos atrás integrou esta a Equipa d’África. Aos 24 anos assumiu a responsabilidade de coordenar estes projectos de voluntariado. Juntamente com mais quatro animadores vai coordenar a missão em Moçambique. Massamgulo, em Niassa e Guiua, em Inhambane são duas missões novas que os voluntários irão começar assim que pisarem terras moçambicanas. “As expectativas são por isso muito grandes”, refere Miguel Jarimba. O responsável aponta que os voluntários vão também à descoberta de si próprios, “do seu papel no mundo e da sua vocação”. Esta será também uma experiência de comunidade. “A vivência espiritual é essencial para o sucesso do trabalho que vai passar muito pela abertura de uns com os outros”. Novos em idade, muitos jovens estão a estrear-se nas missões além fronteiras. Dos 25 voluntários que hoje partem, apenas sete repetem o projecto de voluntariado.

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Agência ECCLESIA

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