Enviado de João Paulo II a Lourdes fala em «ética global anticristã»

O enviado especial de João Paulo II a Lourdes, Cardeal Javier Lozano Barragán, falou ontem numa “ética global anticristã”, visando as legislações que justificam “a eliminação do ser humano em certas circunstâncias”. O presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde intervinha numa conferência sobre “O novo paradigma: bioética fechada e bioética aberta ao transcendente”, inserida nas comemorações do Dia Mundial do Doente, que hoje se celebra. O cardeal revelou a sua preocupação em relação ao surgimento de um “Novo Paradigma”, “uma nova concepção da ética fechada à transcendência, para a qual a vida humana não tem um carácter absoluto”. “Esta nova visão da ética, que só aceita princípios alcançados por consenso – denunciou -, está a ser promovida pela Organização das Nações Unidas, em particular, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).” Segundo o cardeal, esta visão, também conhecida como “Ética global”, tem também entre seus grandes promotores três organizações não-governamentais: “Women’s Enviroment and Development Organization”, “Earth Counsil” e “Internacional Planed Parenthood Federation”. Segundo estas organizações, acusa, “as diversas religiões existentes no mundo não foram capazes de gerar esta Ética global, pelo que há que supri-las com uma nova espiritualidade que tenha como finalidade o bem-estar global dentro do desenvolvimento sustentável”. “O cristianismo aceita a igualdade de sexos, mas não no sentido da homossexualidade e da destruição da família. Aceita o controlo da natalidade, mas não sua destruição como a que se planeia com a cultura da morte aplicada, em especial, no terceiro mundo”, apontou. MENSAGEM DO PAPA João Paulo II já aproveitara a mensagem para o Dia Mundial dos Doentes para manifestar-se contra o aborto e a eutanásia, afirmando que a vida “deve ser acolhida, respeitada e defendida desde o seu início até à sua morte natural”. “Fala-se normalmente de engenharia genética, aludindo às possibilidades extraordinárias que a ciência oferece hoje para intervir nas fontes da vida, mas todo o progresso autêntico neste campo deve ser alentado sempre que respeite os direitos e a dignidade da pessoa desde a sua concepção. Ninguém pode dar-se a faculdade de destruir ou de manipular de modo indiscriminado a vida do ser humano”, escreve o Papa.

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