Entrevista: O que é Fátima sem peregrinos? (c/vídeo)

O reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, afirma em entrevista à Agência ECCLESIA que ver o recinto vazio é uma «imagem desoladora», diz que os peregrinos «vão ser os ausentes mais presentes neste 12 e 13 de maio», comenta as comparações com o 1º de maio, analisa o plano de desconfinamento em Fátima, uma cidade que vive uma situação económica e social «verdadeiramente dramática»

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Agência Ecclesia (AE) – O que é Fátima sem peregrinos?

Padre Carlos Cabecinhas (CC) – Essa é uma pergunta difícil porque, mesmo numa ocasião como esta, temos de pensar sempre em Fátima com peregrinos, peregrinos que nos acompanham à distância e que não podem vir fisicamente a este Santuário.

Falar de Fátima, neste contexto sem peregrinos fisicamente presentes, é desolador.

Este é um lugar belíssimo! Mas para acolher peregrinos, para contar com a presença também física dos que aqui vêm rezar, visitar o Santuário, agradecer as graças que recebem de Deus, para depositar nas mãos de Nossa Senhora as suas preces.

Olhar para este vasto recinto sem peregrinos fisicamente presentes é uma imagem desoladora.

Mas se o Santuário não fechou portas e continua, nomeadamente com celebrações à porta fechada, é precisamente porque sentimos que há muitos peregrinos presentes espiritualmente em Fátima, que sofrem por não poder vir, por não poder estar e não poder vir rezar.

 

AE – Para dizer Fátima, lembro-me com frequência do título de um livro que o cónego António Rego publicou por altura do centenário «Sou Peregrino». É essa afirmação que está no centro da espiritualidade proposta pelo Santuário?

CC – Sem dúvida que o peregrino é a nossa razão de ser. O Santuário existe para acolher peregrinos, para dar as condições para uma forte experiência espiritual. O que melhor define o lugar é isso, acolher peregrinos.

«Sou peregrino» define o que traz as pessoas a este lugar, mas por outro lado deixa também a descoberto o dramático que é uma situação inédita que estamos a viver de ver este lugar desoladamente deserto sem presença física de peregrinos que lhe dão a razão de ser.

 

AE – Como vai ser a peregrinação do 12 e 13 de maio?

CC – A peregrinação vai ser absolutamente especial, atípica, porque não contará com a presença de peregrinos e essa é a grande novidade: termos um Santuário que não estará deserto, porque os peregrinos nos acompanharão, mas fisicamente não estarão presentes. Essa é a marca característica.

Obviamente que a peregrinação do 12 e 13 de maio tem alguns momentos icónicos, desde uma procissão de velas e do adeus, são os dois movimentos mais significativos.

 

AE – Vão permanecer?

CC – Vão permanecer de forma diferente. Obviamente pensamos esses momentos com o enquadramento de uma vasta multidão. Agora temos de os pensar sem essa multidão.

Mas chamo a atenção que os peregrinos vão ser os ausentes mais presentes neste 12 e 13 de maio porque não podem estar fisicamente presentes, é verdade, mas tê-los-emos presentes em toda a celebração e oração e queremos que se façam presentes pelo coração através da peregrinação que lhes propomos.

 

Foto Santuário de Fátima

AE – As circunstâncias em que o mundo vive esta pandemia vão marcar a peregrinação do 12 e 13 de maio?

CC – Seria muito grave se nós fizéssemos uma peregrinação do 12 e 13 de maio ignorando toda a dor e toda a preocupação que percorre neste momento o mundo inteiro – esta não é apenas uma situação portuguesa, não é apenas uma situação que nos toque porque acontece à porta de casa, este é um drama que é vivido em todo o mundo e, por isso, também os peregrinos dos vários países estarão presentes, como estarão presentes as preocupações e dramas do que neste momento têm de enfrentar com situações relacionadas com a pandemia: penso não apenas nos doentes, nos infectados pelo vírus e nos cuidadores profissionais de saúde ou outros, penso também em todos os que sofrem as consequências económicas desta situação, que se vai tornando, dia a dia mais dramática para a população mundial.

 

AE – Já falaremos das consequências económico-sociais desta situação… Os relatos do que acontece no mundo vão chegando ao Santuário de Fátima por estes dias?

CC – Os relatos do que vai acontecendo pelo mundo chegam cá, é uma intenção que temos sempre presente. Num primeiro momento era sobretudo o drama vivido em Itália, que nos batia à porta. Há muitos peregrinos italianos, com uma forte ligação de Itália a Fátima e, por isso, num primeiro momento, era o grande drama.

Imediatamente seguido do drama vivido em Espanha e, pouco a pouco, fomos assistindo a este espalhar da situação que chega a Portugal, vai assumindo contornos dramáticos um pouco por todo o mundo e em todos os momentos procuramos ter presentes essa intenção.

Todos os dias no Santuário rezamos por todos os que se fazem presentes.

É também digno de nota que, se já habitualmente durante todo o ano chegam ao Santuário muitas preces dirigidas a Nossa Senhora que os peregrinos fazem chegar, ou entregando um papelinho com uma oração na Capelinha ou enviando um e-mail ou carta, neste momento multiplicaram-se as mensagens e orações dirigidas a Nossa Senhora, mas vindas por email, que é o meio que os peregrinos têm de contactar com o Santuário de Fátima, para fazer também, de forma simbólica, chegar aqui a sua prece e depô-la nas mãos de Nossa Senhora.

 

AE – Todo este processo de reconfigurar a vida e a dinâmica do Santuário foi algo que se foi fazendo, foi acontecendo, nomeadamente tornando o Santuário mais recetivo a essas mensagens, até esta decisão que terá sido a mais dolorosa de tomar, de realizar a peregrinação sem peregrinos?

CC – Sem dúvida que foi um acontecer progressivo que nos obrigou a tomar decisões muitas delas de um dia para o outro. O precipitar dos próprios acontecimentos levou-nos, num primeiro momento, a encerrar praticamente as celebrações do Santuário, mas imediatamente a encontrar forma de irmos ao encontros dos peregrinos. Uma vez que eles não podiam vir, procuramos ir nós ao seu encontro através da difusão das nossas celebrações, procuramos ser uma voz de esperança e conforto junto daqueles que viviam um momento inédito, de se verem confinados nas próprias habitações sem poderem participar nas celebrações presencialmente.

Mas, sem dúvida, que a decisão mais dolorosa e difícil foi esta de pensar um 12 e 13 de maio sem a presença física de peregrinos. Porquê? É a grande celebração de Fátima.

Foi nesta ocasião, num 12 e 13 que contamos com as visitas papais, foram sempre nestas datas que contamos com a presença do Santo Padre, em datas tão significativas.

Por outro lado, em todo o ano é sempre a grande peregrinação.

Ter de tomar uma decisão como esta foi algo muito doloroso, mas foi com grande sentido de responsabilidade e de amor ao próximo que tivemos de a tomar.

O senhor D. António Marto disse-o quando comunicou a decisão: que era com imensa dor que o comunicava, mas era um ato de responsabilidade para com os irmãos e os peregrinos que quereriam vir a Fátima, reconhecendo que não haveria condições para os acolher em segurança.

 

AE – Foi uma decisão reafirmada há oito dias em comunicado por D. António Marto e em comunicado pelo senhor Reitor, de celebrar sem a presença física dos peregrinos. Os pronunciamentos do Governos, nomeadamente da Ministra da Saúde, tiveram alguma influência no pesar da decisão?

CC – Os pronunciamentos da Ministra da Saúde o que fizeram foi deixar-nos perplexos porque a decisão tinha sido já comunicada com antecedência de não contarmos com a presença física de peregrinos nesta ocasião. Foi com perplexidade que ouvimos aquelas declarações que aconteceram numa entrevista, sem que esse fosse o tema principal.

O que nos obrigou a repensar e perceber o que estava em causa e a conveniência ou não de reafirmar a decisão já tomada. No fundo foi essa decisão já tomada e anteriormente comunicada que se assumiu e foi reafirmada por entendermos que era a decisão correta, tinha sido no momento em que foi ponderada e anunciada e continua a sê-lo hoje.

 

Foto Santuário de Fátima

Do 1º de maio ao 12 e 13 de maio

AE – A decisão de cancelar a celebração da peregrinação com a presença física de peregrinos atravessa todos os lugares de culto. Como vai acompanhando o debate, especialmente entre católicos, sobre as celebrações comunitárias ou não das eucaristias neste mês de maio?

CC – A Igreja respondeu com uma agilidade grande a esta contingência de não poder ter celebrações com a presença dos fiéis. E o procurar transmitir as celebrações foi uma resposta, a meu ver, ágil, rápida e aquela que era a resposta possível nestas circunstâncias.

Obviamente que neste momento já todos os cristãos vão sentindo o desejo de regressar à prática da participação eucarística. É preciso termos presente, por um lado, que nós não podemos trabalhar no sentido da visualização da comunidade cristã, nem podemos dizer que a participação, o acompanhamento de uma transmissão equivale à participação na eucaristia. Ma,s por outro lado, é uma questão de responsabilidade percebermos quando é que estão reunidas ou não as condições para, de novo, termos celebrações com a presença dos fiéis.

Obviamente essa discussão vai decorrendo, porque há muitos cristãos que entendem que, começando a abrir progressivamente muitos aspetos da vida económica e social que estavam fechados, não há sentido para as celebrações não reabrirem também e outros que apontam como mais prudente a decisão anunciada de apenas permitir a celebrações com a presença de fieis no final do mês de maio.

Eu creio que há argumentos a favor e contra de qualquer uma das posições. Eu pessoalmente, mas é uma posição que apenas a mim me compromete…

 

AE – Mas é especialista em liturgia e uma opinião qualificada nesta matéria.

CC – Pessoalmente, entendo que a meio deste mês começamos a ter condições para poder ter já celebrações com participação dos fiéis. Obviamente que nos vai obrigar a um esforço grande de adaptação dos espaços celebrativos e das nossas práticas.

 

E isso é um dos aspetos a ter presente e ir trabalhando desde já, porque há uma série de práticas que têm de ser salvaguardadas nas celebrações e que nos defendem a todos e de todos pontos de vista para que a celebração seja acontecimento salvífico, experiência de comunidade e não um foco de difusão da doença que atinge os que participam e os que com eles contacto. Esta enorme responsabilidade tem de nos acompanhar sempre em todas as decisões que eventualmente sejam tomadas.

 

AE – Considerando a celebração de um sacramento, nomeadamente da Eucaristia, como um acontecimento muito particular, onde a proximidade e o contacto também existem, não se pode comparar a outros eventos? Não se pode comparar, por exemplo, o 1º de maio ao 12 e 13 de maio?

CC – Há especificidades e elas têm de ser sempre salvaguardadas. Evito sempre as comparações porque acho que nos podem levar por um caminho errado.

As comparações que até agora se fizeram entre o 12 e 13 de maio e a celebração do 1º de maio têm de ver com direito: porque é que uns podem e não os outros? Não me parece que seja caminho e acaba por envenenar a reflexão. A mim importa perceber se as opções relativas à celebração do 12 e 13 de maio são ou não são responsáveis e garantem o bem maior que se pretende atingir. E isso é o fundamental, mais do que entrar na comparação que é sempre penoso e redutor para qualquer uma das partes.

 

Uma peregrinação pelo coração

AE – Nestas circunstâncias, o Santuário de Fátima, para além das celebrações, propôs realizar uma peregrinação pelo coração ao longo dos primeiros dias de maio. Que proposta é essa?

CC – Fundamentalmente é uma proposta que procura ir ao encontro do peregrino que não pode vir até cá; habitualmente é o peregrino que se desloca e vem ao Santuário; não podendo fazer fisicamente, desta vez, propomos nós um itinerário interior, espiritual, de preparação e vivência deste momento tão importante que é o dia 12 e 13 de maio. Por isso, propomos um caminho por fases, por etapas diárias, em que cada dia há uma proposta de reflexão, com base na “lectio divina”, ajudando a aprofundar a mensagem de Fátima, nos seus diversos aspetos, partindo da primeira aparição, a aparição de maio, que é celebrada de forma especial nesta data.

Uma proposta que pretende depois ter também alguns elementos muito sensíveis e palpáveis, nomeadamente acender em cada dia uma vela à janela, para ir compondo uma procissão de velas que depois se une a esta procissão de velas minimalista que vai acontecer no recinto de oração, uma vez que não temos peregrinos.

Queremos que a ausência física dos peregrinos não signifique a sua ausência na procissão de velas. Foi fundamentalmente para envolver os peregrinos deste Santuário nesse momento tão importante na celebração do 12 e 13de maio e na procissão de velas, recordando o manto de luz a que se referia o papa Francisco em 2017 quando veio como peregrino a este Santuário. Este manto de luz que queremos difundir quer que se encontrem os peregrinos e devotos de Fátima nestes dias.

 

AE – A proposta que é feita é através do recurso áudio, num itinerário que se propõe através dessa metodologia.

CC – É fundamentalmente essa: um podcast que é facultado, uma reflexão que vai propondo uma caminhada orante. Obviamente que ao fazer esta proposta nós próprios temos conscientes dos seus limites. Um deles é que uma parte daqueles que seriam peregrinos e que gostariam de fazer esta peregrinação não conseguem fazer se os mais jovens não ajudarem, os mais velhos, para quem muitas vezes esta plataforma é inacessível, ou a agilidade para se moverem nestes meios é menor. Nesses casos contamos sempre com a solidariedade inter-geracional e a ajuda dos mais novos para ajudarem os mais velhos a terem acesso a esta proposta de itinerário espiritual para que cada um possa ser peregrino pelo coração neste 12 e 13 de maio.

 

Consequências económicas e sociais da pandemia em Fátima

AE – Falemos das consequências de toda esta situação e do que ai vem: as consequências económicas e sociais nomeadamente na comunidade de Fátima. Quem vive em tono da presença de peregrinos, que consequências económicas e sociais estão a acontecer nas famílias e empresas?

CC – É fácil para todos compreenderam que para um lugar como Fátima, para a cidade de Fátima e enquadramento social, estas circunstâncias são as mais penosas que poderíamos imaginar. Significa que de um momento para o outro parou toda a atividade ou quase toda. Uma cidade que vive do acolhimento dos visitantes, do acolhimento de peregrinos, em que uma parte significativa da vida económica está ligada à restauração, hotelaria e comércio e se vê encerrada de um momento para o outro.

Para Fátima, para aqueles que vivem e aqui trabalham, esta é uma situação verdadeiramente dramática. Porque os postos de trabalho estão em causa, porque muitas pessoas começam a perceber-se mergulhadas na incerteza, no desemprego, numa redução significativa dos rendimentos.

Basta recordar que o lay-off proposto como uma ajuda às empresas deixa as pessoas com menos um terço dos seus rendimentos e para orçamentos familiares já muito reduzidos, isto é absolutamente dramático. Por isso, o que se pode dizer sobre as consequências económicas e sociais desta situação é que, para Fátima, significam uma preocupação acrescida. E uma situação dramática começamos a sentir e a viver.

 

AE – Para o Santuário de Fátima há também essas consequências?

CC – Para o Santuário esta é também uma situação dolorosa não apenas pela ausência dos peregrinos, mas também do ponto de vista económico. O Santuário vive das ofertas dos peregrinos e não tendo a presença de peregrinos não tem também fontes de rendimento. Para o Santuário esta situação também se aplica.  Obviamente o Santuário tem uma solidez que não têm muitas destas instituições que nos cercam.

Vamos sentindo, em cada dia que passa, sobretudo nos apoios sociais que o Santuário dá e continua a garantir, o crescendo desta necessidade de apoio concreto porque as famílias começam a não conseguir ter resposta para as despesas do dia a dia.

 

AE – Vão chegando ao Santuário esses pedidos de forma recorrente?

CC – Os pedidos já chegavam habitualmente, vão-se intensificando e vamos percebendo que enquanto tínhamos muitos pedidos mais institucionais a que procurávamos ir dando resposta, neste momento vai crescendo o conjunto de pedidos e de pessoas e famílias que se veem em situações dramáticas e a quem disponibilizamos cabazes de alimentos pagamos medicação e vamos ajudando de muitas outras formas porque as pessoas se veem em situações aflitivas e sem terem qualquer horizonte de resposta e solução.

 

Plano de desconfinamento no Santuário de Fátima

AE – Como será o plano de desconfinamento no Santuário de Fátima?

CC – O plano de desconfinamento é, antes de mais, a preocupação da nossa parte, ao abrirmos os espaços, termos garantida a segurança dos peregrinos. Nós queremos obviamente que os peregrinos venham, este é um lugar de acolhimento de peregrinos, mas queremos também que o peregrino ao vir se sinta seguro e possa estar seguro nos nossos espaços.

O plano de desconfinamento passa sobretudo por encontrar as soluções –  e estamos a trabalhar nisso – para garantir que a visita aos nossos espaços seja segura, dê segurança a quem vem e que nos dê a nós a garantia de que, quem nos visita aqui, não vem por em risco a sua saúde.

Por outro lado, o plano de desconfinamento passa também pelos colaboradores, funcionários e voluntários que trabalham. Também a esse nível estamos a fazer tudo para garantir todas as condições para que todos se sintam seguros no exercício da sua função e no acolhimento de peregrinos, que é o que justifica a nossa atividade.

 

Foto Santuário de Fátima

AE – Para a celebração das eucaristias receberão indicações comuns a muitas igrejas, mas há espaços particulares, nomeadamente na Capelina das Aparições, há ritos especiais também no Santuário de Fátima. Terão também de ser repensados?

CC – Nesta fase tudo tem de ser repensado. Antes ainda de haver já indicações oficiais por parte da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), tínhamos tomado medidas internamente a nível das celebrações para dar condições de segurança aos peregrinos que participavam nas celebrações.

Obviamente à medida que foram sendo assumidas pela CEP, nós as assumimos também, indo sempre além, porque temos especificidades e não nos basta acolher as decisões que os nossos bispos venham a tomar, mas fazer a necessária adequação à especificidade deste lugar e ao que nos é tão próprio e exige da nossa parte um repensar e uma reflexão para garantir conforto e segurança para todas as partes: para nós e para o peregrinos que vem.

 

Fátima pós-pandemia

AE – Como será, na sua opinião, o Santuário pós pandemia?

CC – Num momento próximo será um Santuário sem multidões, mas com muitos peregrinos que vêm, visitam e rezam, participam nas celebrações. Mas a minha esperança é que num prazo o mais breve possível, podemos regressar àquele Santuário que conhecemos em que as multidões se reúnem para de uma forma festiva celebrarem a sua fé.

Não sabemos quanto tempo vamos ter de esperar por isso mas porque queremos contribuir que isso acontecera o mais depressa possível, nesta fase intermédia tudo vamos fazer para que quem nos visite se possa sentir seguro no Santuário.

 

AE – Até pelo vazio que se experimenta, que experimentámos ao chegar a este Santuário. Será um vazio mais preenchido quando isto passar?

CC – Creio que nos próximos tempos, e agora que estamos a iniciar esse desconfianemto, nós continuaremos com o silêncio, mas cada vez menos um silêncio vazio e cada vez mais um silêncio habitado pelos peregrinos que vêm, em menor número, não em multidão, mas que vêm, rezam, vêm agradecer e pedir ajuda e será, cada vez mais um silêncio habitado, preenchido pela confiança de quem não deixará de vir aqui para se colocar na mãos de Nossa Senhora.

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Agência ECCLESIA

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