Entrar em 2005 a rezar: um desafio ganho

O momento era, sem dúvida, a imagem de marca do Encontro de Lisboa: “milhares de jovens europeus vão passar o ano a rezar”. Mesmo quem não acompanhou de perto a iniciativa promovida pela Comunidade de Taizé, ficou a saber que os participantes no Encontro Europeu de Taizé e as paróquias que os acolheram foram convidados a entrar em 2005 de uma forma original. A passagem de ano foi, de facto, diferente. À meia-noite, pessoas de todo o mundo estavam em silêncio, rezando pela paz e pelas vítimas da tragédia asiática. Em cada uma das paróquias de acolhimento teve lugar uma Vigília de Oração pela Paz, “em comunhão com os povos que sofrem”. A iniciativa envolveu as dioceses de Lisboa, Setúbal e Santarém e a ela se seguiu uma Festa das Nações, onde jovens e paroquianos apresentaram tradições e costumes dos seus países natais, “com o objectivo fundamental de partilhar culturas”. Para aqueles que se viram envolvidos nesta dinâmica foi um acontecimento especial. “Alguma coisa nos chama a participar”, ouvia-se antes da festa, na paróquia da Póvoa de Santa Iria, que acolheu 150 participantes do Encontro Europeu de Jovens (EEJ). Ioana, da Roménia, rezou “pela paz e por todas as pessoas do meu país”. Assegura que foi muito melhor passar “sentir o amor de Deus” nesta passagem do ano do que ir a uma discoteca. O primeiro dia de 2005 foi preenchido com as celebrações eucarísticas nas paróquias, com um carácter muito internacional e “marcado pela abertura aos outros”, conforme desejo explícito da Comunidade de Taizé. A igreja de Nossa Senhora da Paz, na Póvoa de Santa Iria, acolheu os jovens participantes e celebrou com eles um momento muito especial, o primeiro aniversário da igreja. O Bispo auxiliar de Lisboa, D. Tomaz Silva Nunes, que presidiu à Eucaristia, falou do EEJ como “um grande momento de comunhão e universalidade” a que é preciso dar continuidade. Dois participantes deixaram o seu testemunho de gratidão e apreço pelo acolhimento dos portugueses, lançando, em jeito de desafio, um apelo ao trabalho comum pela unidade dos cristãos.Depois do almoço com as famílias, a partida foi feita de diferentes pontos da cidade. Os portugueses de fora de Lisboa partem de Moscavide e os polacos desde o parque junto ao estádio Alvalade XXI. O EEJ juntou nos pavilhões da FIL e em vários outros locais de Lisboa cerca de 40.000 jovens, metade dos quais de Portugal. Dos restantes países, as maiores delegações vieram da Polónia (6000) e da Roménia (2077), seguindo-se a Sérvia (1859), a Itália (1659), a Espanha (1100) e a França (1017). Terminado o encontro, inserido na “peregrinação de confiança através da terra”, os monges de Taizé ficarão em Lisboa por mais uns dias. A partir de quinta-feira e até 18 de Janeiro, vai continuar a oração quotidiana com a Comunidade de Taizé, na Igreja de São Nicolau, Baixa de Lisboa, de segunda a sexta-feira, às 19h15.

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