Ensino: «Primeira semana é sempre desafiante», diz professora Fernanda Montenegro que começa ano letivo num novo agrupamento

«Estamos todos muito entusiasmados», acrescenta Eurico Santos, dos Maristas, «conscientes das responsabilidades e do dever de acolher toda esta vida»

Foto: Lusa

Lisboa, 15 set 2025 (Ecclesia) – Os professores Fernanda Montenegro (Escola de Miraflores) e Eurico Santos (Colégio Marista) destacam o desafio de começar um novo ano letivo, que envolve a comunidade escolar, com falta de professores e proibições no uso de telemóveis.

“Para os alunos e não só, para os professores também: É sempre uma turma nova, novos colegas, um novo ano letivo, aquela primeira semana é sempre bastante desafiante”, disse a professora de inglês da Escola de Miraflores, em entrevista à Agência ECCLESIA.

Fernanda Montenegro, após 16 anos na Escola da Damaia (Amadora), está a começar o Ano Letivo 2025/2026 com “um novo desafio”, no agrupamento escolar de Miraflores (Algés), sente-se “agora como se fosse um aluno, no primeiro dia”, e “está a correr tudo muito bem”.

“Sobretudo, é um período também de adaptação, porque é um novo ano, são novos desafios, novas turmas, muitas vezes também os ciclos são diferentes”, acrescentou Eurico Santos, ligado à gestão pedagógica dos Colégios Maristas em Portugal.

“Estamos todos muito entusiasmados, mas conscientes das responsabilidades e do dever que temos de acolher toda esta vida; sem dúvida, que mexe com as famílias, mexe com todos, com os professores, com as várias equipas”, salientou o professor marista.

Uma das novas regras que chegou às escolas, neste início de ano letivo 2025/2026, é a proibição dos telemóveis para alunos do 1º e 2º ciclos do ensino básico, Fernanda Montenegro explica que “só poderão usar o telefone no pavilhão dos alunos” e, dentro das salas de aula, “caso os professores o peçam para fazer alguma atividade”.

Foto: Lusa

A professora de Inglês adianta que “já saiu o regulamento interno”, que tem “bem claro” o que acontecerá caso “sejam apanhados a utilizar o telemóvel sem autorização”.

Eurico Santos acrescenta que nos Colégios Maristas têm, “desde há uns 4 anos, 5 talvez, muitas orientações” sobre “os alunos não poderem utilizar o seu telemóvel”, a não ser em contexto de sala de aula – no colégio de Lisboa “até ao 9º ano” e em Carcavelos, até ao 10º ano -, procuram orientar “de acordo com a especificidade de cada escola”.

Para o professor da escola católica é importante “envolver os próprios alunos naquilo que são estas decisões”, a escola não deve “só ficar pelo proibir” mas “também focar-se no ensinar a utilizar convenientemente”, e há ainda “um desafio para pais e professores e famílias que é o exemplo”.

“Não podemos proibir os alunos de utilizar e depois nós, adultos, não termos também regras ou não darmos esse exemplo da forma como usamos ou não usamos esses dispositivos digitais”, realçou.

Já a falta de professores é uma realidade que marca, anualmente, cada novo ano escolar, Fernanda Montenegro assinala que “é uma realidade grave”, porque não têm também professores de disciplinas como “Matemática, de Português, de Inglês, de quase todas as disciplinas”, e “chega a ser o ano inteiro”.

“Houve algum desinvestimento da parte do Governo sobre as faculdades. Não temos aquele apoio que tínhamos antigamente e, realmente, a nível dos desafios, do ordenado, do que se passa dentro das escolas, às vezes, os mais novos acham que não compensa”, desenvolveu a docente da disciplina de Inglês.

“Eu creio que não pode haver um bom professor se ele não é vocacionado para ser professor. Nós temos de ver também a profissão docente como um projeto de enriquecimento pessoal e desenvolvimento profissional. Esta realidade que estamos a constatar também toca à escola privada”, realçou Eurico Santos, do Colégio Marista, no Programa ECCLESIA, transmitido hoje, na RTP2.

Os dois entrevistados falaram também do acolhimento de estudantes estrangeiros nos estabelecimentos de ensino, a partir da realidade de cada um, segundo o Ministério da Educação, Ciência e Inovação de Portugal matricularam-se “178 133 alunos estrangeiros”, no período letivo de 2024/2025.

HM/CB/OC

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