Ensino: Escolas Católicas vão a Fátima com preocupações sobre o futuro

Secretário-geral da APEC lamenta «fatores ideológicos» que prejudicam instituições

Lisboa, 25 set 2014 (Ecclesia) – O secretário-geral da Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC) afirmou que a peregrinação destas instituições a Fátima, no sábado, vai decorrer com “muitas preocupações e apreensões”.

“Temos um estatuto do ensino particular que teoricamente é muito favorável à liberdade de ensino e escolha mas na prática não se efetiva”, frisa Jorge Cotivio, alertando para “a asfixia progressiva” das escolas com contrato de associação que “têm de despedir professores criando instabilidade muito grande no corpo docente e discente”.

À Agência ECCLESIA, o responsável revela que alunos e pais, professores e funcionários vão reunir-se em Fátima com um “denominador comum, o Evangelho, Jesus Cristo”: “É em torno deste pilar que vamo-nos encontrar e será mais uma jornada de convívio, olharmo-nos uns aos outros e rezarmos juntos”.

 “A II Peregrinação Nacional das Escolas Católicas tem o objetivo de nos encontrarmos, de caminharmos juntos, porque há uma caminhada a pé, e rezarmos juntos. A escola católica tem de saber rezar, tem de ser santa, tem de se santificar para gerar alunos que sejam santos porque a sociedade precisa e nenhum sítio melhor do que Fátima para congregar todas estas escolas independentemente do seu carisma”, explica Jorge Cotovio.

Um encontro que está a ser preparado “há meses” com a divulgação de um guião com as músicas da Eucaristia cujo “momento máximo é a peregrinação”, uma iniciativa que “os bispos apoiam e pediram que se faça pelo menos de dois em dois anos”.

Para o secretário-geral da Associação Portuguesa das Escolas Católicas (APEC), o grande desafio, para além das escolas manterem a sua identidade, “é serem fiéis à sua missão específica”, de fazer a síntese entre a fé e a cultura e “reproduzi-la depois na vida”.

Com o lema ‘Contigo Maria vamos’, esta segunda peregrinação marca também o início da Semana Nacional da Educação Cristã.

A iniciativa é organizada pela APEC e o Grupo de Reflexão da Escola Católica com o apoio do Secretariado Nacional da Educação Cristã.

Em Portugal existem cerca de 500 Escolas Católicas que contam com mais de 100 mil alunos do pré-escolar ao 12.º ano de escolaridade.

O também diretor pedagógico do Colégio Conciliar de Maria Imaculada, na Cruz da Areia, em Leiria, destaca que o início do ano escolar se realiza “sempre com muita normalidade” com horários preestabelecidos, professores e turmas constituídas e, “normalmente”, as escolas até começam “antes do prazo estabelecido pelo Ministério da Educação (ME)”.

“Apesar desta normalidade de funcionamento existem muitas preocupações, nem tudo corre bem a outros níveis”, observa Jorge Cotovio que destaca as propinas que algumas “escolas católicas são obrigadas a cobrar” e os estabelecimentos com contratos de associação, “com ensino gratuito”, às quais “tem sido reduzido o número de turmas administrativamente”.

O secretário-geral da APEC considera que se trata de “uma questão ideológica que atravessa todo o leque partidário”.

Jorge Cotovio sustenta que os pais é que devem escolher que tipo de escola querem para os seus filhos, “sem haver estes condicionalismos e limitações e este privilégio da escola dita pública que é estatal”.

HM/CB/OC

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Agência ECCLESIA

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