Ensino: Escolas católicas unidas pela «liberdade de escolha» na educação

«Somos escola católica mas prestamos serviço público», referem sobre a polémica dos contratos de associação

Lisboa, 14 set 2016 (Ecclesia) – Este ano letivo começa com as escolas católicas em defesa da "liberdade de educação e de escolha do projeto educativo".

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o diretor do Externato de São Vicente de Paulo, em Lisboa, frisa a importância de garantir esse direito aos pais, numa altura em que a questão dos contratos de associação entre o ensino privado e o Estado tem vindo a dificultar o início dos trabalhos, em várias escolas.

“Os pais têm todo o direito de escolher o projeto educativo que querem, independentemente de ser na escola pública ou na escola privada, é um direito que lhes assiste”, realçou Rogério Frazão, que sobre a questão dos contratos de associação defende que “tem de ser um caminho de diálogo”.

No entanto, há uma coisa de que este responsável não abdica: “somos escola católica mas prestamos um serviço público”, assinala.

Uma afirmação assente no facto das escolas católicas não terem como prioridade “o dinheiro” mas sim a “qualidade da oferta educativa” e a “formação integral dos alunos, em parceria com a família”.

“Nós temos um preçário mas procuramos ajudar quem precisa, uma criança não vai embora porque o pai ficou desempregado, se aconteceu um acidente na família”, aponta Rogério Frazão.

Situada no Campo Grande, em Lisboa, o Externato de São Vicente de Paulo está ligado à Companhia das Filhas da Caridade e não tem contrato de associação mas sim contrato simples.

Acolhe atualmente alunos desde o pré-escolar até ao 9.º ano.

Mais para sul, no Concelho de Odemira, no Alentejo, encontramos o Colégio de Nossa Senhora da Graça, ligado ao Instituto de Nossa Senhora de Fátima e uma das primeiras escolas católicas a firmar contrato de associação com o Estado.

Para Natália Cabecinha, diretora daquele estabelecimento de ensino, é fundamental que todos os pais tenham “igualdade de oportunidades” na escolha da educação que querem para os seus filhos.

“Mesmo os pais que procuram uma escola privada, verificamos que eles pagam duas vezes, pagam através dos seus impostos e pagam a anuidade que o estabelecimento de ensino pede”, recorda aquela responsável.

Sobre a polémica com os contratos de associação, Natália Cabecinha revela que na sua escola o assunto já custou “a perda de duas turmas do 5.º ano, de iniciação”.

O que tem provocado constrangimentos à instituição, admitiu.

PR/JCP 

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Agência ECCLESIA

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