Iniciativa vai ajudar 22 estudantes carenciados
Lisboa, 10 fev 2021 (Ecclesia) – O Centro Padre Alves Correia (CEPAC), instituição dos Missionários Espiritanos, lançou uma campanha solidária para oferecer 22 computadores destinados a alunos mais carenciados, atualmente impedidos de acompanhar ensino à distância.
“São computadores ou 22 dispositivos informáticos que permitam às crianças assistir às aulas, estamos a recolher tablets se for o caso. Neste momento temos sete promessas de entregas de computadores”, disse hoje Ana Mansoa, diretora executiva do CEPAC, em declarações à Agência ECCLESIA.
A responsável explica que os doadores, depois de responderem a um questionário online, no sítio do Centro Padre Alves Correia, são contactados para a recolha do equipamento e uma equipa de voluntários, técnicos de informática, vai “recondicionar os computadores”.
O objetivo é entregar os dispositivos às crianças e aos jovens estudantes na próxima semana.
O CEPAC está também a fazer um “trabalho de influência” nas escolas, para que “repensem os critérios” de atribuição dos computadores às crianças.
“Estas 22 estão excluídas, e acredito que ainda vamos encontrar mais, porque nalgumas escolas está a ser utilizado o critério de não atribuir computadores a crianças cujos pais ainda estejam em processo de regularização”, explica Ana Mansoa, alertando para uma “injustiça social muito grande”.
Os 22 alunos estão em diferentes ciclos de ensino, do 1.º ao 12º ano, e vivem em concelhos da área Metropolitana de Lisboa, nomeadamente Loures, Sintra, Almada e Amadora.
Ana Mansoa adianta ainda que, se receberem contribuições em dinheiro, vão adquirir “computadores ou dispositivos de internet móvel, dependendo da verba”, uma vez que muitas famílias não têm internet em casa.
O Centro Padre Alves Correia, instituição particular de solidariedade social dos Missionários Espiritanos, presta apoio psicossocial a migrantes e refugiados e acompanham cerca de 550 famílias; destas, cerca de 300 têm crianças menores.
“A grande maioria das pessoas que acompanhamos têm algum tipo de carência, seja de habitação, alimentar, a nível do seu processo de regularização, e se as famílias têm, desde logo as crianças também”, refere a diretora executiva do CEPAC.
Com a pandemia Covid-19, os pedidos de ajuda “aumentaram muitíssimo” e há uma lista de espera de “110, 120 famílias” que a IPSS não consegue ajudar.
As respostas sociais do CEPAC continuaram a funcionar, mas “em modalidades diferentes”; as consultas médicas, de enfermagem, psicologia e psiquiatria decorrem só um dia por semana para “as situações mais urgentes e mais graves”.
Já as aulas de português, inglês e alfabetização são à distância, “em sessões individuais pelas plataformas ou por telefone” e apenas os atendimentos sociais “de primeira vez e as situações urgentes” são presenciais.
CB/OC