Conclusões CONCLUSOES Estiveram reunidos no coração da Europa, em Bruxelas, na Bélgica, de 21 a 23 de Outubro de 2003, os Delegados da Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Luxemburgo, Reino Unido e Suiça tendo como tema do Encontro :”Qual o futuro do modelo de acompanhamento pastoral das Comunidades na Europa?” . Presidiu ao encontro, em nome da Comissão Episcopal de Migrações e Turismo de Portugal, D. Januário Ferreira, presidente. O Vigário Episcopal para as comunidades católicas de origem estrangeira da diocese de Malines/Bruxelas, Mons.Lode Vermeir, também marcou presença. Os presentes constataram que: – existe uma grande diversidade de formas de acompanhamento desenvolvidas ao longo das últimas décadas, junto da emigração portuguesa, segundo a realidade particular migratória de cada país e, por conseguinte, de cada igreja local; – está em acto em várias Dioceses e Conferências episcopais europeias, devido à escassez de clero e outras questões de carácter económico, uma reorganização geral das estruturas paroquiais e diosesanas, com influência na organização tradicional das comunidades católicas de origem estrangeira e redução dos agentes pastorais disponíveis; – urge reforcar, e suscitar aonde ainda nao ha, a figura do delegado nacional, reconhecido pela Igreja local, como coordenador da reestruturacao eclesial a nivel dos agentes pastorais, como “ponte” de comunicacao e comunhao entre as Igrejas e Comissoes Epsicopais, e como pedagogo da nova mentalidade que garanta uma integracao gradual e progressiva, no respeito pela identidade e cultura, favorecendo a reciprocidade; – é preciso continuar o sério trabalho de sensibilização da Igreja em Portugal, através de um melhor conhecimento da realidade pastoral actual das Comunidades, de maneira a contrariar a tendência difundida nas dioceses de que a Emigração estagnou e que a responsabilidade pertence unicamente a Igreja que acolhe; – não são devidamente adaptados à situação concreta da vida das famílias migrantes, os materiais da catequese em língua portuguesa e local. Os presentes concluiram o seguinte: – diante dos países da Europa ligados por uma grande interdependência política e das Igrejas tocados por realidades migratórias comuns, torna-se necessária a realização anual do encontro dos delegados nacionais; – diante de uma Emigração Portuguesa com sinais de crescente permanência, é preciso consciencializar as Comunidades de que o caminho mais conveniente para a vivência da fé e o serviço da caridade, consiste na comunhão participativa na Igreja local, através das paróquias, capelanias e movimentos; – é necessário encontrar os meios eficazes e graduais, com vista a criar nas Comunidades e na Igreja local um nova mentalidade vocacional e de “cooperação e mútuo acolhimento” que garanta a paciente abertura das paróquias as comunidades migrantes e destas à igreja local; – pede-se à OCPM que seja voz das mudanças em acto nas Comunidades, de maneira a mobilizar as dioceses portuguesas e os respectivos Secretariados Diocesanos da Pastoral de Migrações, na responsabilização da Igreja em favor dos seus diocesanos que se “fixaram” no Estrangeiro e dos que hoje, das formas mais diversas, vivem a mobilidade constante na União Europeia (ex. trabalhadores temporários, estudantes, empregadas domésticas, quadros técnicos, entre outros). – para o bem duma Evangelização que parte da Comunhão e da Catolicidade, urge responsabilizar os próprios leigos migrantes criando para isso, uma formação laical adequada e uma representatividade dos mesmos nas estruturas da Igreja diocesana; – tendo em consideração o futuro da vida religiosa das crianças e adolescentes que hoje frequentam a catequese (muitas ainda em língua portuguesa), deve-se apostar na formação de catequistas e actualizar a revisão dos meios e materiais utilizados actualmente; – são positivos os Acordos de Geminação entre Dioceses existentes no garantir sacerdotes, religiosas e leigos, respeitando sempre uma pastoral de conjunto, sem omitir a comunicação e a colaboração entre os serviços respectivos da Pastoral das Migrações; – sendo a Comunidade Portuguesa uma, entre tantas, que merecem particular atenção por parte das Igrejas locais, destaca-se a convicção da prática da “dimensão intercomunitária” mediante a abertura ao mundo da Lusofonia e de outras comunidades migrantes; Por fim, os delegados sugerem à Comissão Episcopal a organização até 2005 de um Encontro Mundial de Animadores das Comunidades Católicas Portuguesas, com o objectivo de: reflectir sobre as oportunidades que a Migração tem proporcionado à Evangelização; de sensibilizar a Igreja Portuguesa para os novos apelos da Emigração; e de contribuir para formação de Comunidades Imigrantes em Portugal. Buxelas, 23.10.2003
