Encontro de Comissões de Festas Religiosas

Em Santarém, para apostar na qualidade e dignidade das festas religiosas Foi num ambiente de grande interesse que, cerca de 80 membros das Comissões de Festas Religiosas, (ou dos Organismos Paroquiais), se reuniram com D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém, no sábado, 25 de Maio de 2007. Após a apresentação, cada um dos participantes foi dialogando com o Senhor Bispo, ou com o Padre Ganhão, sobre as questões previamente sugeridas. 1. Começou-se por dar a conhecer o porquê deste encontro: – para mostrar reconhecimento às Comissões, pelo trabalho sacrificado em favor da comunidade; – para apoiar as Comissões em dar qualidade, beleza e dignidade às Festas Religiosas populares, que hoje são ameaçadas por vários riscos e confusões; – para esclarecer algumas questões práticas de modo a descobrir caminhos de renovação das Festas. 2. Para que servem as Festas? Qual o seu valor e importância? Sobre isto se gerou vivo diálogo, pois é mesmo necessário, através das Festas, humanizar a nossa sociedade. As Festas são uma manifestação da alegria de viver e criam espaço e oportunidade para o convívio descontraído e livre das pessoas; congregam e aproximam os que andam distantes, ou dispersos; esbatem a tentação do individualismo e do isolamento; afirmam a identidade e a fisionomia de uma comunidade ou povoação. 3. Confusões que ameaçam as Festas. Aqui o diálogo chegou ao rubro, sobretudo no aspecto da comercialização das Festas. Precisa-se de dinheiro? Faz-se uma Festa. Mas o dinheiro está em função da Festa e não o contrário. Verificou-se que as Festas estão a ser atrofiadas, ou mesmo a desaparecer, precisamente, pelo aperto do garrote financeiro. Sentiu-se, neste momento, a falta de alguém, especializado nas áreas financeira, jurídica e da fiscalidade que ajudasse a encontrar pistas seguras. Foi assunto que ficou pendente, para próximo encontro. A dificuldade em articular programa religioso e programa cultural da Festa deu ocasião a diálogo enriquecedor. Ficou bem vincado que a prioridade da Festa é o encontro das pessoas. É mesmo urgente rever o esquema da Festa. De algum modo é preciso reinventar a Festa, em ordem a preservar a sua existência genuina. 4. Dialogou-se, também sobre o prestimoso papel das Bandas. Elas criam um ambiente especial de festa, ajudando a ver o lado espiritual e belo da vida, apesar do encargo financeiro, que porventura acarretem. 5. Ao tratar-se dos elementos das Festas Religiosas, frisou-se bem o papel central da Eucaristia, como fonte e cume da Festa. Daí a necessidade de prepará-la com pregação ou encontros culturais de cariz religioso, pois a Eucaristia, como a Procissão exigem preparação religiosa. A própria parte cultural, numa Festa Religiosa, exige ser executada de uma forma digna e também, não ser tão onerosa economicamente, que crie o risco de acabar com a própria Festa. A Procissão manifesta aquilo em que a Igreja acredita, no dizer do Padre Ganhão. Por isso, é bom que o mostre com dignidade e beleza. Daqui a exigência de cuidar bem do património que expomos: imagens, bandeiras, capas, etc., e de ter em atenção a preservação desse mesmo património. Há imagens que não podem ser expostas à luz solar e ao calor intensos; assim como as joias e tesouros exigem segurança especial. É degradante ver-se, por vezes, o “negócio dos santos”, no estendal de notas pregadas nos seus mantos. Será óptimo inventar outros modos dignos, para obviar a este e outros espectáculos… 6. Logo que seja possível, irão ser emanadas algumas orientações para ajudar as Comissões das Festas Religiosas. Foram dadas boas achegas nesta troca de experiências. Uma coisa era evidente, no final do encontro: a satisfação dos participantes; muitos deles afirmando que esta iniciativa já devia ter acontecido há muito tempo. Daí que todos se despedissem com um: “até breve”… Pe António Mendes 28 de Maio de 2007

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