Pedro Rocha e Mello fala do trabalho ligado aos manuais do 1.º ciclo da disciplina, criando uma «turma»



Lisboa, 31 mai 2025 (Ecclesia) – Pedro Rocha e Mello, ilustrador dos manuais do 1.º ciclo da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC), disse à Agência ECCLESIA que este trabalho o fez “crescer com as personagens”.
“As personagens crescem no tempo e essa própria evolução vai-se enraizando em nós”, refere.
O profissional destaca que o objetivo os manuais do 1.º ao 4.º ano passou por “criar esta ideia de uma turma”.
“Temos personagens, meninos e meninas, diferentes, com personalidades diferentes, que são a mesma turma até ao final do ensino primário, que têm personalidades muito fortes e que, naturalmente, vão ficando cada vez mais fortes e mais marcadas”, precisa.
Pedro Rocha e Mello é um dos entrevistados do programa 70×7 (17h37, RTP2) que no próximo domingo assinala a coincidência do Dia Mundial das Comunicações Sociais e o Dia Mundial da Criança, apresentando a relação dos mais novos com os media e projetos que promovem o seu bom uso.
O ilustrador assume que o desafio foi “ter de posicionar essas personagens no sítio certo”, com “o cuidado de a personalidade coincidir com a ano anterior”.
A aposta tem dado resultado positivo, deixando uma “semente”, de forma pedagógica.
“Estas crianças de 6, 7, 8 anos, quando chegarem à faculdade, provavelmente reconhecerão apenas o digital, portanto, nem faria sentido que fosse de outra maneira”, observou.
Antigo aluno de EMRC e católico, o entrevistado destaca a importância desta experiência e o facto de “equipa pedagógica que está a fazer meticulosamente um trabalho de perceber o que é que funciona e que mensagem é que se tem de passar para um determinado ano”.
“Não sendo um professor de profissão, vou aprendendo um bocadinho mais sobre as pessoas para quem trabalho, de certa maneira, e isso tem sido gratificante e desafiante”, assume.
Pedro Rocha e Mello fala de uma paixão antiga pelo desenho – “com 3, 4 anos, já agarrava num lápis” – que se solidificou no percurso académico.
“Tinha sempre o fascínio de criar imagens para crianças”, realça, assumindo que se trata de uma linguagem “muito específica”.
“De um ano para o outro já sabem ler autonomamente, já acham que um exercício é muito fácil ou que a história é muito básica e por isso querem uma coisa mais desafiante. Também nos cabe a nós saber fazer este equilíbrio entre algo suave e algo que encaixe bem com aquela geração, mas ir fazendo esta evolução gradual”, explica.
O ilustrador destaca ainda o desafio de escrever para uma geração sem “capacidade de esperar”.
“Se já não tiver estimulada com determinada personagem, automaticamente muda para uma coisa diferente”, observa.
PR/OC