EMRC fora das escolas do primeiro ciclo em Évora

Há cerca de três anos a aula de Educação Moral e Religiosa Católica foi retirada das 25 horas semanais e colocada como extra curricular. Depois de acabarem as disciplinas curriculares, a disciplina era ministrada uma hora semanalmente. Este ano lectivo os párocos de Évora, como é hábito, entraram em contacto com as escolas primárias no sentido de perceber o encaixe dado à disciplina de EMRC e depararam com “uma grelha de actividades que excluía à partida a possibilidade de enquadrar a disciplina” afirma à Agência ECCLESIA o Pe Adriano Lavajo Simões, responsável por uma comissão de párocos convocada pelo Arcebispo de Évora. As professoras das escolas afirmaram ser um problema do agrupamento das escolas, que por sua vez justificou, não terem sido os únicos responsáveis pela elaboração da grelha, mas antes um trabalho realizado em conjunto coma Câmara Municipal de Évora, conforme relata o Pe Adriano Lavajo. “A autarquia não excluiu a hipótese de esta questão ser resolvida, mas em contacto novamente com as escolas a solução seria os alunos terem de optar por ter EMRC ou uma hora de actividade física”, sendo essa a única opção. Em contacto com a Direcção Regional do Ministério da Educação, “que foi muito demorado”, chegaram à conclusão que “não poderiam fazer nada pois era uma decisão superior, proveniente do Ministério” e que para além das aulas normais “havia uma série de actividades de enriquecimento curricular” aponta o Pe Adriano Lavajo, onde constam o inglês, a educação para a cidadania, actividade desportiva, entre outras. O panorama mantém-se. Ou seja, nenhuma das escolas do primeiro ciclo de Évora tem a disciplina no seu currículo. “A disciplina é mal tratada e é uma ilegalidade pois quer a Constituição quer a Concordata manifestam esse direito” sublinha o Pe Adriano, acrescentando que está em causa “um direito que assiste aos pais consagrado na Constituição Portuguesa”. Esta situação repete-se em todo o País, assim acredita o responsável pela comissão de párocos. “Mas muitos não se manifestam e aceitam a situação passivamente”. Os pais por sua vez “surpreendidos com esta situação” quiseram também manifestar uma posição activa, mas “decidimos não avançar porque esperamos que a nível do contacto do Episcopado com o Ministério tivesse consequências” acrescenta o Pe Adriano Lavajo. O responsável afirma mesmo que “se espera uma reacção do Episcopado, pois não adianta as manifestações”. O importante, acrescenta, é o diálogo e o manter direitos constituídos, “dando à disciplina o seu lugar sem ser vista como um filho menor”.

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