EMRC: D. Nuno Brás diz que docentes da disciplina devem evitar ser «profissionais da religião»

Encontro de formação reuniu mais de 250 professores

Lisboa, 30 jan 2017 (Ecclesia) – O D. Nuno Brás, vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, disse este domingo que os professores de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) devem ser “peregrinos” e não “profissionais da religião”.

O bispo auxiliar de Lisboa falava na homilia da Missa a que presidiu no Colégio dos Maristas, em Carcavelos, no encerramento de uma ação de formação de docentes das dioceses do sul e ilhas, subordinada ao tema ‘Dignidade da vida humana: Um percurso em construção numa Escola com lu(cide)z’.

Aos docentes de EMRC, recordou a sua missão como "peregrinos de Deus e, por isso, insatisfeitos nesta condição".

D. Nuno Brás convidou os professores a não "se fecharem na ideia de profissionais da religião, dobrados em si mesmo, ricos e não pobres como profetas deste Deus que se manifesta amor em Jesus".

“Somos buscadores de Deus. Alguns tomam-nos por peritos de Deus, por profissionais da religião. A nossa especialidade deve assentar na certeza de que somos convidados a reconhecer que Deus está presente já através de Jesus Cristo. Somos sim os que ensinam a procurar, e apontam a resposta que Deus dá!", sublinhou, numa intervenção citada pelo portal ‘Educris’, do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC).

O bispo auxiliar de Lisboa evocou, na sua intervenção, a questão que lhe foi colocada por um jovem, questionando a necessidade de Deus para a sua felicidade.

"Quando nos dizem, quando nos dizemos que somos felizes, falta-nos horizonte porque apenas o somos nesta realidadezinha semanal em que vivemos, que sendo importante não permite ver além", assinalou.

O vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé admitiu que também a escola, por vezes, "tende a reduzir a realidade àquilo que se pode medir, pesar e tocar".

No final da formação Fernando Moita, coordenador da disciplina no SNEC, fez um “balanço muito positivo” da ação e disse esperar “uma grande formação dentro de duas semanas no Porto”.

“O balanço é muito positivo porque proporcionou aos professores um momento importante de encontro e de diálogo, à volta de um tema que exige uma reflexão séria e sistemática, acerca de questão fraturantes como são as questões da dignidade humana”, disse ao portal Educris.

Fernando Moita disse acreditar que “os docentes de EMRC são solidários com aqueles que sofrem situações de desumanização, que abrem chagas sociais e pessoais graves”.

Pela primeira vez o SNEC, através do seu Departamento de EMRC, optou por duas formações com o mesmo programa em detrimento do fórum anual que se tem realizado em Fátima.

A próxima formação para docentes de EMRC vai decorrer na Casa do Vilar, no Porto, prevendo-se a participação de mais de 350 professores da região centro e norte.

OC

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Agência ECCLESIA

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