EMRC: Alunos do 1º ciclo participam em encontro nacional e afirmam a importância de «semear a esperança desde pequenos»

Mais de 4 mil pessoas, de 69 agrupamentos escolares, passaram pelo Santuário de Fátima

Fátima, 30 abr 2025 (Ecclesia) – ‘Com a EMRC, somos semeadores de Esperança!’ é o tema do 23.º Encontro Nacional da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica para alunos do 1.º Ciclo, que decorreu esta quarta-feira, dia 30 de abril, em Fátima.

“Para mim, ser uma semente de esperança é uma coisa que é pequena, mas que vai se tornar grande. É bom trazermos a esperança desde pequenos, para sermos, na nossa vida, pessoas a amar o próximo, sermos pessoas respeitadoras, sermos pessoas realmente como Jesus foi”, disse Maria Santos, da Escola Professor Pedro D’Orey da Cunha, na Damaia, em declarações à Agência ECCLESIA.

Com 10 anos, a aluna do 1.º Ciclo do Ensino Básico,  explica que a esperança para si, no dia-a-dia “é um também amar o próximo, respeitar o próximo”, um tema que tratam nas aulas de ENRC.

O 23.º Encontro Nacional da Educação Moral e Religiosa Católica do 1º ciclo, com o tema ‘Com a EMRC, somos semeadores de Esperança!’, reuniu mais de 4 mil participantes, de 69 agrupamentos escolares de Portugal continental e Açores, no Santuário de Fátima.

António Pinto, o professor ‘Tozé Pinto’, assinala que os alunos de EMRC “são desafiados a serem esperança, e, neste caso, sementes de esperança”, desde o início, independentemente do ano que cheguem à disciplina.

“O que os outros esperam de nós? É para isso que a disciplina também existe: o que é que os outros esperam de nós enquanto esperança, enquanto sementes, para levarmos o Evangelho e levarmos os valores, que são nossos, são do Evangelho, mas também são universais”, acrescentou o docente do Agrupamento de Escolas de Mondim de Basto.

O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé (CEECDF), da Conferência Episcopal Portuguesa, sublinha que a disciplina de EMRC é semente de esperança “na medida em que tenta semear valores, atitudes que são importantes nesta idade, cultivadas nesta idade, e que depois irão frutificar ao longo da vida”.

“Aquilo que se semeia na infância e na escola, em muitos aspetos, os seus frutos vão ser colhidos na vida daquela pessoa, na sua personalidade, nos seus valores, e no contributo que isso traz para a sociedade e também para a Igreja. Portanto, é sempre semear esperança, e deve ser a preocupação permanente e ainda mais especial neste ano jubilar da esperança”, acrescentou D. António Augusto Azevedo em declarações à Agência ECCLESIA.

Num mundo que muitas vezes parece dividido, com guerras, violência, os alunos percebem a mensagem de esperança e afirmam que “pô-la em prática é um bocadinho mais difícil”, acrescenta o professor ‘Tozé Pinto’ que considera que estão a conseguir, “muitas vezes, de baixo para cima, nos primeiros anos”, porque, “às vezes, falar para os adultos é mais difícil” e “com os pequenos é fácil de semear neles”.

Segundo o presidente da CEECDF, e bispo de Vila Real, as experiências, a temática e os conteúdos no âmbito da disciplina de Educação Moral e Religião Católica “são sempre geradores de esperança”, são sempre âmbitos muito humanos na relação com a fé e indicam “o que é que a fé traz de novo relativamente à vida da pessoa, o que é que traz de bom à vida da pessoa, o que é que ajuda a abrir horizontes para o futuro da vida da pessoa”.

“O que eu mais gosto de aprender nas aulas de Moral é saber o que é que Jesus fez na sua vida. Saber o que é amar o próximo, o que devemos fazer e saber também sobre a vida d’Ele, que é uma coisa muito importante”, contou Maria Santos.

Com 10 anos, a aluna do 4.º ano de escolaridade participa pela segunda vez no Encontro Nacional de EMRC para estudantes do 1.º Ciclo, decidiu repetir a experiência porque Moral “é uma matéria muito importante”, e ir a Fátima “traz boas lembranças”.

Professor há 30 anos, António Pinto, que participa pela segunda vez nesta iniciativa, como a Maria Santos pelo segundo ano consecutivo, explica que gostaram muito, “a organização está de parabéns, a mensagem que se quer transmitir aos alunos também é excelente, é a mensagem cristã, são os valores evangélicos”, e esperam “voltar nos próximos anos”.

“Primeiro é pôr em prática aquilo que nós damos nas aulas, muitas vezes falamos dos valores na perspetiva teórica, apesar de fazermos muitas atividades, mas estes encontros é o culminar, e, ao mesmo tempo, também é levar um bocadinho para a sala de aula, esta experiência”, acrescentou.

O XXIII Encontro Nacional da EMRC para os alunos do 1.º Ciclo é uma iniciativa do Secretariado Nacional da Educação Cristã (SNEC), através do Departamento Nacional da EMRC.

Os participantes no XXIII Encontro Nacional da EMRC para os alunos do 1.º Ciclo também celebraram a vida do Papa Francisco, que faleceu aos 88 anos, no dia 21 de abril.

“Todo o ministério e a ação do Papa Francisco foi, obviamente, muito importante nesta dimensão de transmitir esperança ao mundo, e a preocupação especial com as novas gerações. E fê-lo traduzindo a mensagem do Evangelho, em linguagem muito simples, em gestos muito simples, e em linguagem que todos percebessem”, assinalou D. António Augusto Azevedo.

O presidente da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé partilhou a convicção de que o legado do Papa Francisco, os seus gestos, aquilo que ele deixou, “semeou esperança em muitos corações e ficou na memória do povo de Deus e da sociedade em geral também”, e vai perdurar e vai dar frutos no futuro.

“Os pastores da Igreja, começando pelo Papa, são sempre pedagogos, são sempre alguém que tem como missão fundamental o anúncio, o testemunho da fé, e julgo que o próximo Papa o fará sempre com esta pluralidade da Igreja. Isto é, sendo cada um diferente, como foram os nossos educadores, catequistas, pastores, como são todos os professores, têm marcas especiais e isso é uma riqueza”, desenvolveu.

Para o professor António Pinto, o Papa argentino deixou vários contributos na educação, nas “mensagens específicas para os professores de Moral, e para os professores em geral”, ele falava “na cabeça, coração, a boca, e as mãos”.

“Levarmos a inteligência para as aulas, levarmos o coração, mas depois também o fazer. E o Papa falava muito nisso, os gestos concretos, a realidade concreta, e nesse aspeto foi sensacional. Lembramos o Papa Bento XVI, o Papa João Paulo II, outros santos padres que o antecederam”, acrescentou o docente do Agrupamento de Escolas de Mondim de Basto.

Do programa do 23.º Encontro Nacional da Educação Moral e Religiosa Católica do 1º ciclo, que começou às 10h00, com o acolhimento das escolas no Centro Paulo VI, destaca-se uma celebração na Basílica da Santíssima Trindade, onde assistiram a uma encenação bíblica, que trouxe ao presente a Parábola do Bom Semeador, e o momento cultural, com uma adaptação da obra ‘O Pinóquio’.

Como nas edições anteriores, o 23.º Encontro Nacional de alunos do 1.º Ciclo manteve uma vertente solidária, este ano, partilhada com as ‘Aldeias de Crianças SOS de Portugal’.

LJ/CB/PR

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