A liberdade individual é primeiro aspecto a salientar da cultura contemporânea, e por isso é importante que “o exercício da minha liberdade se faça na relação com os outros”, lembrou hoje, D. Manuel Clemente, em Lisboa, a um grupo de empresários católicos. No decorrer do encontro mensal da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) o bispo auxiliar de Lisboa, apresentou em traços gerais a primeira Encíclica de Bento XVI, «Deus é Amor», que considerou ter sido “uma surpresa”, no que se refere à escolha do tema tratado pelo Pontífice. Referindo-se directamente à polémica das caricaturas do profeta Maomé, D. Manuel Clemente explicou, que nesta situação estamos perante uma questão de liberdade, deixando em aberto a questão: que concepção temos nós de liberdade? Segundo o prelado o que está em causa “não é a liberdade de pensar mas de aprofundar, para que se pense mais e se pense com os outros”. Dedicando-se, com maior detalhe, a quatro pontos desta Encíclica , D. Manuel Clemente recordou que por vezes, “mesmos os cristãos praticantes não percebem que a sua prática vai até à acção” porque, “Deus é amor em tudo”, frisou. O bispo auxiliar acentuou que “o cristianismo não é utopia, é a vida dos cristãos, a vossa vida, no vosso trabalho”. Recorrendo ao que escreve o Papa, apela para um reforço da sociedade “a partir de um restabelecimento de uma cultura da solidariedade”, o que – acrescenta – “tem de ser dito e feito pelo nosso próprio posicionamento”, “garantindo o futuro a partir do entendimento e do diálogo entre civilizações”. Em declarações à Agência ECCLESIA, o presidente da ACEGE destacou a importância de dedicar este encontro mensal à Encíclica de Bento XVI, porque, afirmou, “é um tema fundamental e os empresários, como pessoas responsáveis e que lidam no mundo do trabalho, relacionados com muita gente, têm que ter isto bem presente na sua vida. É a relação entre todos que faz singrar e trabalhar”, frisou.