Emoção e raízes juntam portugueses em Lourdes

Santuário mariano recebeu peregrinação das comunidades emigrantes, presidida por D. Serafim Ferreira e Silva “Há emoção pelo sentido de pátria e nacionalismo, mas sobretudo se encontra saudade da cultura portuguesa”, regista à Agência ECCLESIA, D. Serafim Ferreira e Silva, Bispo Emérito de Leiria – Fátima, que este fim-de-semana presidiu à Peregrinação Nacional das comunidades portuguesas, de França, a Lourdes. Cerca de um milhão de portugueses trabalham em França, mas o mundo lusófono é mais amplo do que a realidade da pátria portuguesa, lembra o Bispo Emérito. Na festa de Pentecostes é organizada uma peregrinação das várias comunidades que reúne cerca de 2000 portugueses no santuário mariano de Lourdes, nos Pirinéus franceses. “É sempre uma festa e uma alegria, só o facto de se cantarem em português músicas reveladoras da identidade portuguesa, são momentos altos”. D. Serafim presidiu à Eucaristia de Domingo, acompanhado por mais seis bispos e diversos sacerdotes, juntando-se a muitos peregrinos onde predominava a expressão portuguesa. Recorda que desde 1955, muitos têm sido os contactos com a comunidade portuguesa seja em França ou noutros países europeus. Esta experiência da Peregrinação a Lourdes, foi a primeira, mas o reitor do santuário mariano “ficou muito emocionado e convencido que de futuro a eucaristia será sempre presidida por um português”, lembra. A primeira geração das comunidades portuguesas no estrangeiro manifesta muita saudade e conserva os valores, enquanto que a segunda já tem “outros sintomas, decrescendo quando vamos ao encontro da terceira geração”, explica D. Serafim e Silva. Os “cabelos brancos” predominam nestas actividades, “a emoção vem mais à tona, mas percebe-se também o fruto interior e os princípios cristãos”. O Bispo Emérito de Leiria – Fátima afirma que o povo português sente com “muito sentimento e sinceridade estes valores indestrutíveis”. Os mais novos não contestam nem criticam, “mas também não alimentam os valores do espírito”, sustenta, pois “optam pelos valores materiais”. O valor do «ser» “paulatinamente aparece” e os jovens percebem que os valores dos avós e dos pais, “ultrapassam o tempo”. Nas comunidades portuguesas onde se encontra uma média etária alta, encontramos “jovens a olhar para os mais velhos com admiração”. Momentos da peregrinação, o terço, a procissão de velas são, para D. Serafim, momentos “sinceros e muito ricos”. A vida é sobretudo fazer festa “interiorizante com uma conversão, com um tempo que caminha para fora do tempo”. Os portugueses em França são “uma bandeira e um desafio, porque mostram a fé e os franceses ficam emocionados”. Este é um sinal “muito importante”, finaliza.

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